Educação
Inquérito mostra que universitários sentem efeitos do confinamento na saúde mental
Quase todos os estudantes que responderam ao inquérito de uma associação de estudantes da Universidade Nova de Lisboa revelaram sentir a sua saúde mental afetada pelo confinamento, sobretudo na falta de motivação e aumento da ansiedade.
PUBLICIDADE
De acordo com os resultados do inquérito conduzido pela Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (AEFCSH), 90% dos 483 inquiridos afirmaram que o confinamento provocado pela pandemia de covid-19 está a ter um efeito negativo na sua saúde mental.
“Um número extremamente alarmante”, escreve a associação no comunicado enviado hoje às redações.
PUBLICIDADE
Entre os principais sinais desses efeitos negativos, destacam-se a desmotivação, referida por 85% dos estudantes, a ansiedade (72%), o ‘stress’ (63%) e as perturbações de sono (56%).
“Muitos estudantes colocam ainda estar a sentir sintomas de depressão, cansaço e fadiga relacionados com as horas passadas em frente ao computador, e agravamento de situações psiquiátricas previamente já diagnosticadas, bem como situações ainda mais graves”, acrescenta o comunicado.
Apesar desse agravamento generalizado, a maioria dos alunos diz não ter acompanhamento sobre questões de saúde mental e 80% consideram que a própria faculdade não assegura esse apoio, apontando a necessidade de reforçar os serviços de psicologia.
No inquérito conduzido entre 16 de fevereiro e 02 de março, a AEFCSH procurou conhecer os problemas da comunidade estudantil, relativamente aos efeitos gerais do confinamento, incluindo também questões relacionadas com o ensino ‘online’ e o abandono escolar.
Sobre o ensino a distância, o balanço dos alunos não é negativo, com 77% a avaliarem com três e quatro pontos (numa escala de um a cinco) esse regime, mas a maioria queixa-se de problemas técnicos e falhas de comunicação.
Entre os estudantes de mestrado e doutoramento que estão atualmente a trabalhar nas teses e dissertações, 71% dos 41 inquiridos consideraram que o confinamento está a prejudicar essa componente.
“Face a este quadro tomamos como essencial e premente o retorno às atividades letivas presenciais”, escreve a AEFCSH, acrescentando que, apesar de compreender o regresso ao confinamento em janeiro, a situação atual “não defende os interesses dos estudantes”.
Relativamente às dificuldades financeiras dos alunos, apenas 28% afirmaram ter dificuldade em suportar os custos associados à frequência do ensino superior, mas 56% admitiram já ter ponderado congelar a matrícula ou desistir do curso.
“Entre os alunos que assim se expressaram, 26% fizeram-no devido às dificuldades económicas face aos custos associados à frequência do ensino superior, 17% devido a dificuldades em aceder às aulas e conteúdos e 71% devido a dificuldades na adaptação ao ensino à distância”, precisam.
Related Images:
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE