Política

António Costa defende “solução permanente” europeia para enfrentar “crises consecutivas”

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 anos atrás em 15-10-2022

O líder do PS português, António Costa, afirmou hoje no congresso do Partido Socialista Europeu (PSE), em Berlim, que a União Europeia tem enfrentado “crises consecutivas nos últimos 15 anos” e deve trabalhar numa “solução permanente” para os problemas.

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António Costa participa hoje no segundo e último dia do congresso do PSE, com o mote “Com Coragem. Pela Europa”. O encontro tem na agenda a discussão dos novos desafios com que a Europa se debate, contando com a participação de vários líderes partidários, comissários e primeiros-ministros europeus.

“Temos enfrentado consecutivas crises nos últimos 15 anos, crises financeiras, crises climáticas, crises pandémicas, agora a guerra. Isso significa que precisamos de um permanente e estável mecanismo para fazer frente e resolver estas crises”, sublinhou o primeiro-ministro, acrescentando: “há sempre uma crise à nossa espera”.

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O secretário-geral do PS realçou que é necessário “aprender das crises anteriores”, dando alguns exemplos com os quais é possível aprender.

“Há 10 anos, não agimos bem durante a crise financeira, quando deixámos cada estado-membro por sua conta e construímos uma política baseada na austeridade. Mas agimos bem a combater a crise de covid-19, não apenas na procura conjunta de vacinas, mas porque, desta vez, não agimos guiados pela austeridade, mas sim pela solidariedade. Encontrámos uma resposta para um problema comum”, realçou.

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António Costa participou no primeiro painel “Leading Europe through change” (Liderar a Europa através da mudança), ao lado de Pedro Sánchez, líder do PSOE e primeiro-ministro espanhol, Robert Abela, líder do partido trabalhista o primeiro-ministro de Malta e Magdalena Andersson, líder do Partido Social Democrata e primeira-ministra da Suécia.

Questionado sobre a prioridade no combate à crise climática durante a guerra na Ucrânia, António Costa realçou que este é o momento para acelerar a transição energética, defendendo um maior investimento nas energias renováveis para libertar a dependência da Rússia.

“Precisamos de construir interconexões entre todos os nossos estados para conseguirmos partilhar a melhor energia”, não mencionando diretamente o projeto “Midcat”, um gasoduto que ligue a Península Ibérica e o resto da Europa através dos Pirenéus, apoiado pela Alemanha, Portugal e Espanha, mas sem a luz verde da França.

“Se quisermos vencer esta transição energética, temos de ter o apoio das pessoas. Se quisermos travar o crescimento do populismo, temos de lidar com os preços da energia. Isso é urgente para não perder as pessoas e ganhar esta batalha da transição energética para combater a crise climática”, salientou.

Costa começou a sua intervenção no painel respondendo a uma questão sobre a o status de candidato à adesão outorgado pela União Europeia à Ucrânia e à Moldávia em junho deste ano. O secretário-geral do PS realçou que é necessário “considerar seriamente” a questão do alargamento para “não se frustrarem as grandes expectativas criadas nestes países”.

O secretário-geral do PS assistiu à abertura do congresso do PSE, e ao discurso do seu novo presidente, Stefan Löfven, sentado na primeira fila, ao lado do chanceler alemão, Olaf Scholz.

Costa deixou uma mensagem, repetida também pelos restantes membros do painel, apontando a urgência de não deixar Putin vencer a guerra.

“Nós continuamos a apoiar a Ucrânia, ao nível económico, humanitário e militar. Isto tem de continuar (…) Devemos dar total apoio a António Guterres e aos esforços das Nações Unidas para resolver a crise alimentar. Todo o mundo está a sofrer com esta guerra e devemos ser solidários”, expressou.

O Partido Socialista está representado no Congresso do PSE por uma delegação, que para além do secretário-geral, integra o secretário-geral Adjunto, João Torres, o líder parlamentar, Eurico Brilhante Dias, a secretária Nacional para as Relações Internacionais, Jamila Madeira, o secretário-geral da JS, Miguel Costa Matos, a presidente das MS-ID, Elza Pais, a dirigente, Edite Estrela, o vice-presidente do PSE, Francisco André, e a presidente da Delegação dos Socialistas Portugueses no Parlamento Europeu, Maria Manuel Leitão Marques.

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