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13 jovens da região de Coimbra apresentam “Os Sonhos de Einstein” numa peça encenada por Rui Horta

Notícias de Coimbra com Lusa | 1 ano atrás em 14-04-2023

Treze jovens, a grande maioria de Coimbra, apresentam a 21 de abril “Os Sonhos de Einstein”, peça encenada por Rui Horta que é o culminar de um projeto formativo que mostra “a pérola” que a cidade tem na área da dança.

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Na ‘blackbox’ do Convento São Francisco, os jovens descansam depois de um ensaio corrido da peça que vão apresentar a 21 de abril, no grande auditório daquele espaço cultural, naquilo que será o culminar de cerca de três meses de formação intensiva junto do coreógrafo Rui Horta e do bailarino e assistente Miguel Oliveira.

Foram cerca de 50 minutos de grande intensidade, numa peça onde os intérpretes são escravos do metrónomo, mas em que o tempo tanto estica como encolhe, com momentos de sincronia e assincronia.

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“Estou muito contente. É uma pequena pérola o que vocês têm aqui em Coimbra. O nível deles é muito alto e, apesar de ainda haver muita coisa a trabalhar, é notável o ponto onde estão”, afirma Rui Horta, no final do ensaio.

A apresentação, que decorre no âmbito do festival Abril Dança em Coimbra, é o primeiro resultado do RAMPA.0, um projeto de formação que junta as quatro estruturas que coproduzem o evento (Teatro Académico Gil Vicente, Convento São Francisco, Teatrão e Escola da Noite) e que procura estimular a criação na área da dança na cidade.

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No projeto, após audição no final de janeiro, participam 11 jovens de Coimbra e dois do Porto, com idades entre os 15 e os 25 anos, que ensaiam todas as semanas desde a sua seleção, num trabalho que se tornou mais intenso assim que se aproximam da data de apresentação.

A peça foi inicialmente criada por Rui Horta em 2010 para a companhia de dança da Ópera de Gotemburgo (Suécia), “uma das melhorias companhias”, mas os jovens têm estado à altura do desafio, nota o coreógrafo.

“Eles têm abraçado completamente o trabalho e têm crescido imenso”, diz, vincando que o nível que encontrou na cidade “é altíssimo”.

Para Rui Horta, o nome do projeto faz todo o sentido.

“Eles dão um salto e é preciso esse salto. É preciso saltar para dentro de água e ter de nadar”, explica.

Ana Beatriz Matos, de 15 anos, há muito ligada à dança mas “mais seriamente há um ano”, sorri de ponta a ponta quando fala dos últimos meses.

“Tem sido mágico e incrível. Estamos a tentar absorver todos os ensinamentos destes excelentes profissionais”, afirma a jovem de Coimbra, mostrando-se “muito grata” por ter conseguido entrar no projeto.

Lucas Mariz, de 16 anos, há quatro ligado à dança, também fala de uma “experiência única e enriquecedora”.

“É tudo muito desafiante. Saímos da nossa zona de conforto e isto faz-nos crescer como artistas. É duro, mas quem corre por gosto não cansa”, sublinha.

O coreógrafo Rui Horta espera agora que a cidade responda ao desafio e abrace o RAMPA.0.

“Este é daqueles projetos que pode elevar a cidade. É muito importante ver uma cidade mobilizada, interessada e que o projeto possa mexer com ela”, vincou.

A diretora do Departamento de Cultura da Câmara de Coimbra, Maria Carlos Pêgo, sublinha que o nível das escolas de dança no concelho “é muito alto”, mas há um desconhecimento da cidade em torno dessa riqueza.

“Espero que a cidade consiga perceber o potencial que há na dança neste concelho”, disse à agência Lusa a responsável, salientando a vontade do município de prosseguir “com projetos desta natureza”.

Os intérpretes da peça são: Afonso Nunes Sousa, Ana Beatriz Martins, Ana Francisca dos Santos, António Moreira, Carolina Pereira, David Murta de Castro, Francisca Gouveia, Inês Miranda Gomes, Leonor Batarda, Lucas Mariz, Maria Clara Fidalgo, Noeli Kikuchi e Susana Aymara Contreras.

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