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Novo presidente da Associação Academia de Coimbra diz que há comodismo a mais nos estudantes

Notícias de Coimbra | 10 anos atrás em 04-12-2013

O próximo presidente da Associação Académica de Coimbra (AAC), eleito na madrugada de hoje, considerou que o descrédito dos estudantes em ações políticas é “um bloqueio tão grande como a intransigência do Governo”.

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Os anos 2000 “trouxeram alguma moderação” ao associativismo estudantil, fazendo “falta a irreverência dos anos 1990”, afirmou à agência Lusa Bruno Matias, candidato da lista T (Tu Tens Académica), que venceu a segunda volta das eleições para a direção-geral da Associação Académica de Coimbra, que decorreu entre segunda e terça-feira.

O próximo presidente da AAC, que irá tomar posse em janeiro de 2014, considerou que “é necessário trazer a irreverência” dos anos 1990 para o momento atual, sublinhando que os estudantes universitários estão “mais desinteressados, não acreditam na utilidade da AAC para o país e para eles, e não acreditam que podem mudar o país”, levando a “comodismo a mais”.

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A mobilização terá que ser feita “nas faculdades e a falar com os estudantes”, com a mesma intensidade e proximidade com que foi feita em campanha eleitoral, de forma a potenciar “a capacidade de mobilização ímpar que esta direção-geral tem a nível nacional”.

A AAC “não consegue ter impacto em protestos de rua, se só surgirem 100 ou 200 estudantes mobilizados”, defendeu o estudante de Direito.

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O próximo presidente da Academia de Coimbra quer promover a proximidade entre todas as entidades envolvidas no ensino superior.

Contudo, “o diálogo com o Ministério [da Educação e Ciência] e a reitoria [da Universidade de Coimbra] não é suficiente”, sendo que, “se continuar assim, a postura da direção geral vai mudar e está pronta para partir para outros caminhos”.

“Tem faltado vontade por parte do Governo para o diálogo”, salientou.

Como propostas da próxima direção-geral, Bruno Matias disse à agência Lusa que pretende propor um plano “a dez anos”, a aplicar já em 2014/2015, para garantir uma redução gradual da propina que leve à sua extinção ou que “fique num valor residual”.

Apesar de admitir que tal proposta depende das outras entidades envolvidas, o presidente eleito afirmou que “o país tem que construir um plano a longo prazo e não estar constantemente a reconstruir”, pretendendo, para esta proposta, um “vínculo entre movimento associativo, Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas e ministério”.

No plano da ação social, Bruno Matias defende um aumento do seu financiamento, a alteração do regulamento de atribuição de bolsas, assim como a criação de um mercado social em que fossem disponibilizados bens alimentares “a preços reduzidos para estudantes bolseiros”.

O presidente eleito pretende também criar “um produto comercial”, possivelmente um livro alusivo à AAC, a ser vendido entre agosto e novembro, e em que as receitas revertessem para o fundo de solidariedade do Instituto Justiça e Paz, que ajuda estudantes em Coimbra.

Sobre o financiamento da campanha, em que a sua lista apresentou 5.651 euros de despesas, Bruno Matias considerou que o financiamento “não leva à elitização do movimento associativo”.

O estudante contribuiu com “400 a 500 euros”, vice-presidentes deram “entre 200 a 250 euros” e vogais “80 a 100 euros”.

Bruno Matias venceu a segunda volta das eleições com 4.571 votos, contra os 4.224 de Samuel Vilela, da lista A (Mais Academia), que tinha vencido a primeira volta com 4.216 votos.

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