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Zelensky propõe criação de escudo para proteger espaço aéreo da NATO

Notícias de Coimbra com Lusa | 55 minutos atrás em 29-09-2025

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, propôs hoje aos parceiros da NATO a criação de um escudo para deter as “ameaças aéreas” de Moscovo, em resposta à recente intrusão de drones e caças russos no território de alguns deles.

“A Rússia está a testar as vossas capacidades”, declarou Zelensky.

“A Ucrânia pode combater todos os tipos de drones e mísseis russos e, se atuarmos em conjunto na região, teremos armamento e capacidade de produção suficientes. Se a Rússia perder a capacidade de atacar os céus, não poderá continuar a guerra e terá de encontrar outras formas de coexistir”, argumentou.

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Moscovo “está a provar até onde pode chegar, quer desviar a atenção da brutal guerra na Ucrânia”, advertiu o chefe de Estado ucraniano, participando por videoconferência num fórum sobre segurança realizado na capital polaca, Varsóvia.

Zelensky mencionou os recentes incidentes em que 19 aeronaves não-tripuladas russas sobrevoaram ilegalmente o espaço aéreo polaco e aviões de combate russos procederam a uma intrusão semelhante em território estónio.

“Quase todas as ameaças à segurança da Europa vêm atualmente da Rússia”, observou.

Por esse motivo, criticou aqueles que questionam que se continue a apoiar militarmente o seu país, argumentando que se deixarem de o fazer, tal apaziguará a Rússia, para a qual voltou a pedir sanções ainda mais severas do que as até agora impostas, incluindo a apreensão pela Europa de bens russos congelados.

Afirmou igualmente estar confiante de que o 19.º pacote de sanções da União Europeia (UE) à Rússia será “suficientemente forte” não só para exercer uma verdadeira pressão, mas também para “demonstrar aos Estados Unidos que a Europa não fará menos” que o Presidente norte-americano, Donald Trump.

“A resposta a estes riscos não deve centrar-se unicamente no país afetado; é preciso considerar que toda a Europa está sob ameaça da Rússia”, insistiu, num comentário nas redes sociais, apelando aos seus parceiros para atuarem a “uma só voz”.

“A Rússia quer que a NATO responda, mas apenas parcialmente, sem os Estados Unidos. Uma voz unida é essencial, e deve responder a tudo o que a Rússia faça e creia que pode fazer impunemente”, sublinhou o líder ucraniano.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e “desnazificar” o país vizinho, independente desde 1991 – após o desmoronamento da União Soviética – e que tem vindo a afastar-se da esfera de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia a cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado, em ofensivas com drones, alvos militares em território russo e na península da Crimeia, ilegalmente anexada por Moscovo em 2014.

No plano diplomático, a Rússia rejeitou até agora qualquer cessar-fogo prolongado e exige, para pôr fim ao conflito, que a Ucrânia lhe ceda pelo menos quatro regiões – Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia – além da península da Crimeia, anexada em 2014, e renuncie para sempre a aderir à NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental).

Estas condições são consideradas inaceitáveis pela Ucrânia, que, juntamente com os aliados europeus, exige um cessar-fogo incondicional de 30 dias antes de entabular negociações de paz com Moscovo.

Por seu lado, a Rússia considera que aceitar tal oferta permitiria às forças ucranianas, em dificuldades na frente de batalha, rearmar-se, graças aos abastecimentos militares ocidentais.

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