Gisele Oliveira, brasileira de 40 anos, foi detida em Pombal, por inspetores da Unidade de Informação Criminal da Polícia Judiciária (PJ), em cumprimento de um mandado internacional de captura emitido pela Interpol.
É suspeita de ter envenenado cinco dos seus filhos entre 2008 e 2013, no Brasil.
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A detenção ocorreu após uma semana de investigação da PJ para confirmar que Gisele residia na morada indicada no alerta internacional. A mulher vivia com o companheiro e o filho de 12 anos do casal, numa casa simples, e foi considerada “uma pessoa muito reservada” pela vizinhança.
Segundo relatos de moradores ao Correio da Manhã, Gisele raramente saía de casa, falava apenas com algumas vizinhas brasileiras e era vista, ocasionalmente, a fazer limpezas.
O companheiro da suspeita, operário da construção civil, não é arguido no processo, mas é pai de três das cinco crianças cujas mortes estão a ser investigadas pelo Tribunal de Timóteo, em Minas Gerais, Brasil. Em depoimento à PJ, declarou acreditar na inocência da mulher, escreve o mesmo jornal.
A detenção ocorreu sem resistência, no momento em que Gisele aguardava em casa o regresso do companheiro, na companhia do filho menor. O menino de 12 anos, sobrevivente, foi sinalizado pela Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) e encontra-se agora sob acompanhamento das autoridades.
Gisele Oliveira vivia em Portugal desde abril, tendo ultrapassado o prazo legal de 90 dias do visto de turismo, encontrando-se, assim, em situação irregular no país. Após ser detida, foi presente esta quarta-feira ao Tribunal da Relação de Coimbra, que decretou a sua detenção provisória na cadeia feminina de Tires, enquanto aguarda possível extradição para o Brasil — decisão que ainda poderá contestar judicialmente.
A Polícia Judiciária confirmou, em comunicado, a ilegalidade da permanência da suspeita no país e destacou que o caso já está a ser acompanhado pelas entidades competentes portuguesas e brasileiras.
Gisele Oliveira é acusada de ter matado cinco filhos por envenenamento, num dos casos mais chocantes e complexos envolvendo crimes contra menores no Brasil nos últimos anos. O processo segue agora os trâmites legais de cooperação internacional entre Portugal e Brasil.
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