Saúde

Vírus da gripe e Covid-19 podem reativar cancro dormente

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 2 horas atrás em 05-08-2025

Um novo estudo revelou que vírus respiratórios comuns, como os da gripe e o coronavírus SARS-CoV-2, podem reativar células dormentes do cancro da mama nos pulmões, elevando o risco de recidiva mesmo vários anos após a remissão da doença.

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Investigadores identificaram que infeções causadas por estes vírus podem despertar pequenos grupos de células cancerígenas inativas que sobreviveram ao tratamento inicial e permanecem adormecidas em órgãos como pulmões, ossos ou fígado.

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James DeGregori, geneticista molecular da University of Colorado, comparou este fenómeno a “brasas de uma fogueira que são reacendidas por uma rajada de vento”: “As células cancerígenas dormentes são como brasas deixadas numa fogueira abandonada, e os vírus respiratórios são como um vento forte que reacende as chamas”, explicou.

A investigação teve origem após se observar um aumento das mortes relacionadas com o cancro durante a pandemia de COVID-19. Uma análise ao UK Biobank mostrou que pessoas em remissão que testaram positivo para SARS-CoV-2 tinham o dobro do risco de morrer devido ao cancro comparativamente aos não infetados, dá conta a Science Alert.

Além disso, dados de quase 37.000 pacientes com cancro da mama nos EUA indicaram um aumento superior a 40% no risco de metástases pulmonares após infeção por COVID-19.

Em testes laboratoriais realizados com ratos, tanto o vírus da COVID-19 como o da gripe causaram uma rápida proliferação das células dormentes do cancro da mama, aumentando o crescimento tumoral metastático nos pulmões dos animais mais de 100 vezes em apenas duas semanas.

Os investigadores referem que esta resposta não é causada diretamente pelo vírus, mas pela inflamação gerada no organismo, especialmente pelo aumento de citocinas como a IL-6.

Embora sejam necessários mais estudos em humanos, estes resultados levantam sérias preocupações para milhões de sobreviventes de cancro da mama em todo o mundo. Caso as infeções respiratórias realmente aumentem o risco de recidiva, estratégias preventivas como a vacinação dirigida poderão ser cruciais no acompanhamento a longo prazo destes doentes.

“A probabilidade de morrer devido à reativação dessas células dormentes é muito maior se contrair um vírus respiratório como a gripe ou a COVID”, alertou DeGregori. “Isto significa que proteger os sobreviventes de cancro contra essas infeções pode ser mais importante do que pensávamos.”

Já estão em curso novos estudos para avaliar se as vacinas contra a gripe e a COVID-19 poderão reduzir este risco de metástases.

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