Coimbra

Verdes criticam autocarros elétricos no Ramal da Lousã e temem privatização

Notícias de Coimbra | 5 anos atrás em 01-02-2019
 

 

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 O Partido Ecologista Os Verdes (PEV) lamentou hoje a decisão do Governo de instalar autocarros elétricos no Ramal da Lousã, em vez de uma solução ferroviária, e disse recear a privatização futura do sistema.

O “Metrobus” será idêntico ao que apresentamos na imagem

“Além de ser uma machadada no ramal, que deixa de fora a Lousã e Miranda do Corvo da Rede Ferroviária Nacional”, o chamado “metro bus” é igualmente “um modelo de mobilidade propício à sua privatização, com todas as consequências inerentes e um claro prenúncio do encerramento da Estação Nova”, em Coimbra, criticou o PEV.

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Em comunicado, alerta ainda para uma eventual “retirada dos carris” entre esta estação de comboios, no centro da capital do distrito, e a de Coimbra B, na Linha do Norte, “num claro atropelo à mobilidade e ao despovoamento da Baixa” da cidade.

O Governo, ao confirmar a opção pelo “metro bus”, no âmbito do Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM), “no qual serão gastos 85 milhões de euros com recurso a fundos europeus, enterrou definitivamente o Ramal da Lousã”.

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Na quinta-feira, o Conselho de Ministros aprovou o lançamento do concurso público para retomar o SMM, agora com opção por autocarros elétricos, em substituição do metro sobre carris que há 25 anos estava previsto para a cidade de Coimbra e para a ferrovia centenária, ao longo de 35 quilómetros, entre Serpins e Coimbra B.

Para os Verdes, esta solução “não passa de um sistema rodoviário em autocarro, não sendo a solução mais barata, nem a que melhor contribuirá para a mobilidade das populações dos municípios da Lousã, Miranda do Corvo e de Coimbra, ao contrário da ferrovia”.

A decisão do executivo de António Costa “vem no sentido inverso à resolução da Assembleia da República 59/2017, que recomendava ao Governo a reposição urgente da mobilidade ferroviária”.

O Ramal da Lousã, “além do transporte de mercadorias, até 1992, prestou durante mais de um século um serviço inegável, sobretudo às populações para se deslocarem para o trabalho e acederem a um conjunto de serviços públicos fundamentais, como a saúde e a educação”, garantindo a ligação a Coimbra “e ao resto do país”.

À data do seu encerramento, em janeiro de 2010, esta linha registava “mais de um milhão de utentes por ano”.

“O Ramal da Lousã foi desmantelado para supostamente dar lugar à criação do metro do Mondego, o qual, depois de serem gastos mais de 100 milhões de euros nas obras realizadas e cerca de 10 milhões na contratação de serviços rodoviários alternativos, nunca avançou, um claro embuste para os utentes conforme Os Verdes previam e se opuseram”, segundo a nota.

Para o PEV, a reposição, modernização e eletrificação do Ramal da Lousã “é a única solução para assegurar as necessidades de mobilidade das populações da Lousã e Miranda do Corvo, cerca de 50 mil habitantes, garantindo a sua ligação a Coimbra, com conforto e segurança”.

O modo ferroviário asseguraria ainda “o transporte de bens e mercadorias para fora da região, contribuindo assim para escoar a produção desta região, fixar e atrair pessoas e empresas”.

O lançamento do concurso da empreitada do primeiro troço do SMS, entre Alto de São João (Coimbra) e Serpins (Lousã), realiza-se na segunda-feira, às 10:50, nos Paços do Concelho de Miranda do Corvo, com a presença do primeiro-ministro, António Costa, e do ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques.

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