A aldeia de Aigra Nova recebeu uma visita promovido pelo Turismo Centro de Portugal para dar a conhecer as aldeias do Xisto e da Montanha.
Durante três dias, jornalistas vão explorar projetos locais que unem tradição, turismo sustentável e preservação ambiental.
Entre as iniciativas destacadas está o rebanho comunitário, um projeto que surgiu após os incêndios de agosto. “Nós, na altura, ficámos aqui a defender a aldeia, para proteger a aldeia do fogo, e percebemos que o único rebanho da aldeia corria risco de desaparecer. Foi assim que nasceu a ideia do rebanho comunitário”, explica Cátia Lucas, responsável pelo projeto.
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O objetivo é duplo: “Criar uma economia circular de pequena escala, com animais a limpar terrenos e pastos, mas também oferecer experiências aos visitantes, como ‘pastor por um dia’, ordenha e ateliers de queijo. Não queremos turismo massificado, mas sim alternativo e sustentável”, acrescenta.
Outro projeto inovador é a Maternidade das Árvores, um viveiro dedicado à germinação e cuidado de árvores autóctones, com apadrinhamento de plantas e atividades de educação ambiental. “Trabalhamos com a comunidade e incentivamos os jovens a compreender a importância de florestas nativas, mais resilientes aos incêndios. Todos os anos, em parceria com a Fundação Benfica, plantamos 10 mil árvores em zonas afetadas pelos fogos”, revela, adiantando que este ano haverá uma ação especial no dia 28, envolvendo escolas, voluntários e jogadores do Benfica.
O Ecomuseu Tradições do Xisto também faz parte do percurso, oferecendo uma experiência imersiva na vida tradicional da região. “Tentamos criar um museu vivo, onde as pessoas possam conhecer não só a arquitetura do Xisto, mas também a cultura, com ateliers de broa e outras atividades tradicionais”, explica.
A visita permitiu ainda conhecer a gastronomia local, com broas de milho, broas de carne e filhozes com mel de ouro, produtos que simbolizam a riqueza cultural da aldeia.
Para Cátia, a escolha de deixar Lisboa para viver em Aigra Nova foi natural: “A família sempre teve ligação a esta terra. Quando surgiu a oportunidade de trabalho, foi uma mudança gradual e natural. Hoje, não trocaria Aigra Nova por Lisboa — aqui há qualidade de vida, ar puro, e claro, cabrinhas e ovelhas!”, conclui, entre sorrisos.
A aldeia conta com mais de 10 casas, alojamento local e loja de artesanato aberta quase todos os dias do ano, oferecendo aos visitantes uma experiência autêntica e enriquecedora no coração das Aldeias do Xisto.
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