O escritor português Valter Hugo Mãe será homenageado junto com a autora brasileira Ana Maria Gonçalves na próxima edição do festival literário Fliparacatu, que acontece entre quarta-feira e sábado em Paracatu, Minas Gerais, no Brasil.
O evento tem programação gratuita, tradução simultânea em Libras e será transmitida on-line pelo canal @fliparacatu do Youtube.
Os organizadores do festival destacaram que a programação discutirá o tema “Literatura, Encruzilhada e a Desumanização”, numa programação que contará com mais de 60 convidados, incluindo o curador Jeferson Tenório, os jornalistas Míriam Leitão, Jamil Chade, Zeca Camargo e outras personalidades como Eliane Marques, Estevão Ribeiro, Eugênio Bucci, Fernanda Bastos, Fernanda Takai.
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Na programação do festival estão mesas de debate, lançamentos de livros, oficinas, exposições e apresentações musicais.
Os organizadores apontaram num comunicado que num mundo atravessado por crises ambientais, políticas e simbólicas, o 3.º Fliparacatu pretende promover encontros diversos e inclusivos, com convidados que instigam o pensamento relativo aos rumos da humanidade por meio da escuta, da leitura e do debate.
“A humanidade está na encruzilhada, com os sinais apontando caminhos errados (…) A encruzilhada nos coloca o caminho da ética como única opção”, destacou Afonso Borges.
Já o autor brasileiro e curador do festival Jeferson Tenório avaliou que a escolha do tema parte de uma reflexão profunda sobre os efeitos da colonização, da lógica neoliberal e da aceleração moderna.
“A modernidade, assim como o período colonial, acelerou o processo de desumanização de nossos tempos. Como resultado, tivemos, além da violência estrutural, uma tragédia epistemológica, oriunda de uma sociedade mediada pelo capitalismo e por medidas neoliberais”, afirmou o curador.
Para Tenório a literatura se apresenta como um campo de resistência que “se torna a possibilidade poderosa de ligação entre formas de pensar e modos de viver. A literatura pressupõe alteridade. Une vivências e oferece possibilidades de experiências. A troca de sensibilidades é o lugar da literatura”.
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