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Vai ao hospital e médico erra no diagnóstico (porque estava a ver um jogo de futebol)
Um episódio insólito voltou a colocar o Serviço Nacional de Saúde (SNS) sob críticas.
Um paciente que deu entrada nas urgências do Hospital de Vila Franca de Xira denunciou ter sido mal diagnosticado porque o médico que o atendia estava a acompanhar, no telemóvel, um jogo da Premier League entre o Manchester United e o Chelsea.
O caso foi revelado pelo neuropsicólogo Paulo Sargento, familiar do doente, que classificou a situação como “inadmissível”, segundo o Correio da Manhã.
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O paciente apresentava dores agudas no ombro, com um historial clínico complexo, incluindo um AVC recente e sete cirurgias anteriores. Apesar disso, após uma radiografia e prescrição de analgésicos, recebeu alta rapidamente.
Horas depois, com dores ainda mais intensas, procurou ajuda num hospital privado em Lisboa, o Hospital da Luz, onde recebeu o diagnóstico correto: capsulite adesiva, também conhecida como “ombro congelado”. O valor da consulta e exames totalizou 790 euros, um custo proibitivo para muitas famílias portuguesas.
A Unidade Local de Saúde do Estuário do Tejo defendeu que o atendimento seguiu as normas clínicas adequadas, com a exclusão de situações graves imediatas através de radiografia e analgesia. Sublinhou ainda que o diagnóstico definitivo cabe a ortopedistas com acesso a exames complementares.
Apesar das explicações, para o doente e a família, o sentimento de desvalorização e o custo elevado suportado fora do SNS permanecem.
Embora o episódio do médico a ver futebol possa parecer caricatural, ele reflete um SNS em rutura, onde a sobrecarga, a falta de condições e a má gestão criam terreno fértil para erros, atrasos e custos elevados para os portugueses.
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