Saúde

Vacina pode salvar 1 milhão de vidas contra doença fúngica mortal

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 5 horas atrás em 21-07-2025

Cientistas da Universidade do Minho desenvolveram uma vacina experimental contra a candidíase invasiva, uma infeção fúngica grave que afeta anualmente cerca de 1,5 milhões de pessoas no mundo, matando aproximadamente um milhão — especialmente doentes imunocomprometidos, como transplantados e pacientes em quimioterapia.

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A candidíase invasiva ocorre quando o fungo Candida albicans, normalmente presente em áreas genitais, dobras da pele, boca e sistema digestivo, consegue entrar na corrente sanguínea e infetar órgãos internos, causando complicações muitas vezes fatais. A doença é de difícil diagnóstico precoce e tratamento, devido à resistência a antifúngicos e à toxicidade dos medicamentos disponíveis.

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Em resposta a este desafio, investigadores do Centro de Biologia Molecular e Ambiental da Escola de Ciências da Universidade do Minho criaram uma vacina baseada numa nanopartícula esférica de gordura (lipossoma) que apresenta ao sistema imunitário duas proteínas do fungo. Esta abordagem estimula o corpo a reconhecer e combater eficazmente o Candida albicans, prevenindo a infeção.

Testes pré-clínicos em animais mostraram resultados encorajadores, com os vacinados apresentando menos sintomas, maior taxa de sobrevivência e melhor estado geral após infeção.

“Acreditamos que esta vacina poderá reduzir a mortalidade, o tempo de internamento hospitalar e os custos associados, representando um avanço importante para a proteção dos doentes em risco”, explica a investigadora Paula Sampaio.

Com a Organização Mundial da Saúde a classificar o Candida albicans como um dos fungos prioritários para investigação médica, o próximo passo será a realização de ensaios clínicos em humanos para avaliar segurança e eficácia, dá conta a Nature.

Paula Sampaio destaca ainda a importância de campanhas de sensibilização para a candidíase, uma infeção frequentemente subvalorizada e confundida com outras doenças, o que dificulta o diagnóstico e reduz a perceção pública da sua gravidade.

A vacina portuguesa promete, assim, ser uma ferramenta crucial para salvar vidas e enfrentar uma ameaça silenciosa que hoje mata mais do que muitas doenças infecciosas reconhecidas.

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