Utentes protestaram contra fecho da extensão de saúde da Adémia

Cerca de uma centena de pessoas manifestou-se hoje contra o eventual encerramento da extensão de saúde da Adémia, mas a tutela desmente que haja intenção de encerrar as instalações.
O protesto de hoje, similar a outros realizados no mesmo local em 2013 e 2015, realizou-se após a comissão de utentes ter sido informada de que a médica que ali presta serviço não estava a aceitar a marcação de novas consultas depois de dia 15 e que a unidade de saúde iria encerrar.
“A informação foi dada através de utentes e de funcionários. Esta semana, a médica nem sequer lá foi. Nos últimos tempos temos assistido a uma degradação completa da prestação de serviços, antes o médico ia todos os dias, depois passou a ir quatro dias, depois três, agora ia duas vezes por semana”, disse à agência Lusa Silvério Borges, da comissão de utentes da extensão de saúde.
O mesmo responsável frisou que a situação é idêntica à ocorrida em dezembro de 2013 e março de 2015, e que a extensão de saúde, que serve maioritariamente uma população idosa, “está a funcionar de forma precária” e “não responde às necessidades das pessoas”.
“É o habitual, é mais do mesmo. Querem encerrar as instalações, a médica ou não está ou está doente, mudam as consultas e as pessoas ficam sem alternativa e querem enviá-las para o centro de saúde Fernão de Magalhães [em Coimbra, a cerca de cinco quilómetros da Adémia], que está degradado e tem imensos utentes”, afirmou, por seu turno, Fátima Pinhão, do Movimento de Utentes dos Serviços Públicos (MUSP).
“Outra razão é a de que gastam muito dinheiro com a renda das instalações, que estão no rés-do-chão de uma vivenda, isto é tudo para pouparem recursos. O que queremos é que os serviços de proximidade às pessoas se mantenham, são pessoas idosas, com reformas baixas, que não têm dinheiro para transportes”, alegou Fátima Pinhão.
Contactada pela agência Lusa, a Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) negou a intenção de encerrar a extensão de saúde da Adémia: “A extensão de saúde não vai encerrar, está a funcionar normalmente e assim vai continuar”, indicou.
Numa declaração escrita, a ARSC informa ainda que os utentes “continuarão a ter acesso aos cuidados de saúde de acordo com o normal funcionamento da unidade”.