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Coimbra

Utentes esperam mais de cinco horas para serem atendidos no Pediátrico de Coimbra

Zilda Monteiro | 1 ano atrás em 15-11-2022

A urgência do Hospital Pediátrico de Coimbra tem estado sobrelotada, o que se traduz em muitas horas de espera para as crianças e jovens. A média de espera por dia ronda as cinco horas mas há muitos casos em que os doentes têm que aguardar mais tempo até serem atendidos e terem alta.

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O Notícias de Coimbra falou, esta terça-feira, com alguns dos pais que se encontravam nas urgências deste hospital com os filhos e que, como referiram, já estão habituados ao longo tempo de espera quando ali têm que se deslocar.

Marco Oliveira, 30 anos, contou que, só no último mês, recorreu cinco vezes às urgências do hospital com o filho de três anos. Em todas as ocasiões, aguardou várias horas. Segundo conta, o tempo máximo de espera foi de sete horas e o mínimo foi de cerca de quatro. Esta terça-feira chegou às 8h00 e por volta das 10h30 o filho continuava ainda à espera de ser atendido.

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Fruto dos condicionalismos impostos pela pandemia, lamenta que só possa entrar ainda um dos pais, tendo o outro que aguardar no exterior durante tantas horas. Sublinha, todavia, que, apesar “do tempo de espera nas urgências ser muito complicado”, este é “um dos melhores hospitais pediátricos” que conhece.

Ana Monteiro, 36 anos, também já está habituada às longas horas de espera. Contou que se deslocou às urgências do Pediátrico de Coimbra no dia 31 de outubro, onde aguardou oito horas para que o filho, de 16 anos, fosse atendido. Chegou perto das 16h00 e só saiu à 1h00. “Na triagem disseram-nos que o tempo máximo de espera era de quatro horas mas estivemos o dobro”, sublinhou. Deslocou-se esta terça-feira novamente ao hospital para “uma consulta de reavaliação” na sequência do episódio de urgência mas, nestes casos, explicou que “não costuma ser muito demorado”.

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Na sala de espera da urgência do hospital encontravam-se muitas crianças, acompanhadas sobretudo pelas mães, aguardando alguns pais no exterior. Àquela hora não estava ainda lotada, como tem sido habitual nas últimas semanas.

A tendência é para que o número de utentes se vá acumulando ao longo do dia, como explicou ao Notícias de Coimbra fonte daquele hospital. A chegada de casos urgentes (sobretudo casos triados com pulseiras vermelhas e laranja) vai atrasando os restantes atendimentos. Como é sabido, a prioridade é definida mediante a gravidade de cada caso, sendo os utentes com pulseira verde aqueles que acabam por estar mais tempo à espera de serem consultados pelo médico.

A média tem rondado as cinco horas de espera para os casos de pulseira verde. Quanto às horas mais complicadas, depende da complexidade dos dias mas, habitualmente, durante a manhã os atendimentos são mais rápidos. “A equipa é a mesma, se o fluxo for grande é natural que não consiga responder a todos os casos rapidamente,  o que vai atrasando as consultas ao longo do dia”, explicou.

A maioria das urgências são motivadas, nesta fase, por problemas respiratórios. Muitos episódios poderiam ser resolvidos nos centros de saúde mas como estes também se encontram lotados há muitos casos a serem reencaminhados para o serviço de urgência, o que ainda agrava mais situações que já são caóticas.

Quanto à postura dos pais, a fonte ouvida pelo Notícias de Coimbra contou que a maioria “até é compreensiva”, apesar de haver sempre “alguns que reclamam”.

De referir que os utentes podem consultar o tempo médio de espera nos hospitais no site do Serviço Nacional de Saúde, em http://tempos.min-saude.pt/.

O Notícias de Coimbra contactou o CHUC para obter esclarecimentos sobre este assunto e está a aguardar resposta.

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