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Urgências de Coimbra muito acima da capacidade mas ainda não estão caóticas

Zilda Monteiro | 1 ano atrás em 23-11-2022

O Serviço de Urgência do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) está a receber entre 500 a 600 doentes por dia desde finais de outubro. Está a funcionar muito acima da sua capacidade mas, de acordo com o diretor, João Porto, “não ainda numa situação caótica”.

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O número de urgências é superior ao habitual neste período do ano. Segundo o médico, em 2019 a média rondava os 480 doentes. Os anos de 2020 e 2021 não servem de referência, uma vez que a pandemia fez com que acabassem ou diminuíssem as “falsas urgências” ou “urgências pouco urgentes”.

A sobrecarga no serviço causa, naturalmente, transtornos a todos, desde os doentes que têm que esperar horas, aos profissionais que têm que responder a um acréscimo grande de utentes. “A Urgência funcionaria melhor se tivesse 300 a 400 doentes por dia, já que é para essa dimensão que está preparada. Estamos a falar quase no dobro. Obviamente que nenhum serviço funciona bem quando tem um fluxo muito maior mas temos que lidar com isso. Não podemos fechar as portas aos doentes”, sublinhou João Porto ao Notícias de Coimbra.

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A nível de patologias, o acréscimo verifica-se, acima de tudo, nas doenças de foro respiratório, sobretudo vírus respiratórios. Dentro destes, a covid-19 representa “menos de um terço dos doentes”, explicou o diretor, acrescentando que são situações normais para a época e que, todos os anos, há “estes picos de afluência à Urgência, o que leva a tempos de espera brutais”.

De acordo com João Porto, no caso dos doentes urgentes (triados com as pulseiras vermelha, laranja e amarela) até tem estado controlado, aguardando em média pouco mais de duas horas. Os doentes triados a verde ou azul são os que mais tempo aguardam, podendo esperar cinco a seis horas, dependendo dos dias.

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João Porto esclareceu que estes doentes que mais demoram são os que deveriam ser consultados nos centros de saúde mas compreende que estes também não conseguem fazer face à procura sem que sejam feitas alterações no seu funcionamento. Considera que a “consulta aberta”, como o ministro da Saúde anunciou para alguns centros de saúde da região de Lisboa e Vale do Tejo (onde a situação é mais caótica), poderia ajudar a resolver este problema, libertando a Urgência para os casos mais urgentes. Os utentes considerados não urgentes, que poderiam ser consultados no centro de saúde, representam cerca de 37% dos doentes atendidos no Serviço de Urgência do CHUC, sublinhou o diretor.

Mas o problema da Urgência não se prende apenas com o aumento do fluxo de doentes. Há também a questão dos doentes que têm que esperar neste serviço enquanto aguardam por uma vaga no internamento. João Porto diz que, para já, a situação “não é muito grave” no CHUC, onde se encontram “oito doentes à espera de uma vaga”.

“É significativo mas não é dramático. E porque é que não têm vaga? Porque também há casos sociais, pessoas que já podiam ter alta mas que não têm condições para irem para casa, continuando assim a ocupar uma cama no hospital”, explicou.

Sobre os horários em que o fluxo ao serviço é maior, o diretor referiu que “o pico é sempre a partir da tarde, sobretudo entre as 15h00 e as 23h00/24h00”.

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