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Universitários querem horários mais flexíveis e menos sobrecarga de avaliações

Notícias de Coimbra com Lusa | 4 horas atrás em 20-06-2025

Imagem: DR

Os estudantes universitários querem horários mais flexíveis e ajustados no Ensino Superior, consideram que há sobrecarga de avaliações e pedem critérios mais uniformes, indica um estudo hoje divulgado.

O trabalho, a que a Lusa teve acesso e que foi elaborado pelo Observatório dos Ambientes de Aprendizagem Saudáveis e Participação Juvenil, concluiu ainda que quase 10% dos alunos apresenta um elevado nível de absentismo e 13,2% níveis elevados de “presentismo”, ou seja, vão fisicamente à universidade, mas sem estar nas condições de saúde, físicas e/ou psicológicas necessárias.

Para tornar os ambientes de aprendizagem e ensino saudáveis, os 2.339 estudantes que participaram nesta investigação, coordenada pela psicóloga Tânia Gaspar, da Universidade Lusófona, manifestaram necessidade de um maior envolvimento nas decisões da instituição de ensino superior.

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Apontam ainda “deficiências graves” nas infraestruturas – salas com infiltrações ou casas de banho danificadas -, falta de resposta ou demora nos canais institucionais de comunicação e inexistência de canais acessíveis de reclamação e participação estudantil.

Os estudantes universitários sentem ainda necessidade de “requalificação do corpo docente” e pedem maior sensibilidade institucional à realidade estudantil, mais oportunidades de estágios ao longo do curso e mais apoio na transição para o mercado de trabalho.

Mais de metade diz não ter condições para o ensino à distância e quase 70% considera que a sua instituição de ensino não apoia como deveria os estudantes e familiares em situação de fragilidade, sendo que muitos consideram excessivo o valor das propinas.

Em relação à perceção do ambiente académico 71% diz que a carga de estudo se tornou ”cada vez mais exigente”, 65% diz ter uma “constante pressão” de tempo devido a uma pesada carga de estudo. Contudo, cerca de 70% diz que recebe o respeito que merece dos seus professores/orientadores/supervisores e colegas.

Quanto aos comportamentos de saúde, quase metade admite não ter bons hábitos alimentares e mais de 70% não tem bons hábitos de sono.

Oito em cada dez diz ter níveis elevados de stress e apenas 33,8% tem bons/muito bons hábitos de prática de exercício físico, tendo como referência a prática de atividade física moderada de pelos menos 2,5 horas/semana.

Um em cada cinco estudantes universitários fuma diariamente, 13% bebe mais de duas bebidas alcoólicas/dia pelo menos semanalmente e 9% consome anfetaminas ou estimulantes pelo menos todas as semanas.

Há 40% que consome medicamentos psicotrópicos e 13% canábis todas as semanas.

Quanto ao uso de ecrãs, 40% diz passar oito horas ou mais por dia de tempo de ecrã a trabalhar e 34% em atividades de lazer.

O relatório “Ecossistemas de Aprendizagem Saudáveis nas Instituições de Ensino Superior em Portugal” contou com a participação de diversos especialistas das áreas da saúde, sociologia, psicologia, saúde mental e gestão de recursos humanos, assim como de elementos do Serviço de Psicologia Inovação e Conhecimento e da equipa da Aventura Social – Associação, que promove investigações e intervenções no domínio da promoção da saúde e comportamento social.

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