Coimbra

Universidade de Coimbra vai revisitar ensino das artes com vertente mais prática

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 anos atrás em 02-06-2022

A Universidade de Coimbra (UC) vai avançar com uma reconfiguração na área das artes e acentuar a vertente prática da oferta formativa em parceria com os agentes culturais da região, afirmou hoje o vice-reitor com a pasta da cultura.

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A criação de duas a três cadeiras de componente fortemente prática com trabalho junto de agentes culturais da região, a revisitação da oferta formativa nas licenciaturas e uma maior aposta em formação pós-graduada, creditada (mestrados e doutoramentos) ou não creditada (cursos breves), são algumas das ideias associadas a uma reconfiguração que a Universidade de Coimbra pretende lançar na área do ensino nas artes, disse à agência Lusa Delfim Leão.

A criação de cadeiras de componente prática deverá avançar já no ano letivo de 2023/2024 e a Universidade de Coimbra quer dialogar com os agentes culturais da cidade e da região para articular esta oferta.

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“Percebemos que os estudantes que participam em secções, organismos e grupos [culturais] têm dificuldade em articular isso com a vida académica e queríamos encontrar formas não apenas de compensar, mas de criar condições para que possam exercer essa atividade de forma mais natural. Isso convida a que as artes possam ser enquadradas” na oferta formativa da Universidade de Coimbra.

Estas duas ou três cadeiras, que poderão ser de formação complementar ou integradas em estruturas curriculares mais flexíveis (como é o caso da Faculdade de Letras), serão “asseguradas de forma distinta de uma cadeira normal”, realçou Delfim Leão.

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“Estas disciplinas serão pensadas para terem uma relação muito grande, à partida, com os agentes culturais, promotores e comunidade artística. No lugar de uma avaliação feita através de testes ou exames, deve pensar-se que uma parte significativa desse trabalho possa ser feito junto de uma companhia de teatro ou outro agente, ou a criação de um portefólio […] ou um tipo de investigação que depois possa ter uma projeção performativa de alguma maneira”, aclarou.

A Universidade de Coimbra pretende agora dialogar com os agentes culturais para estabelecer parcerias nesse sentido, de modo a garantir cadeiras com “um contacto forte com o universo criativo”.

“Esta oferta abre um leque de possibilidades que implicará sempre um acompanhamento mais próximo, mais tutorial”.

O desenho das cadeiras e a possibilidade de, em alguns casos, integrarem a estrutura curricular de alguns cursos ainda está em aberto.

No entanto, para além desta oferta, a UC vai avançar com uma reflexão, especialmente com a Faculdade de Letras, o Departamento de Arquitetura e o Colégio das Artes, para que a “oferta na área das artes possa ser concatenada na Universidade de Coimbra de maneira mais intensa”.

Segundo Delfim Leão, há uma vontade do curso de Estudos Artísticos em ter uma vertente prática maior e isso poderá ser conseguido também “através de parcerias e diálogo com outros agentes da cidade ou da região”.

“Queremos que as cadeiras que existam sejam reforçadas no contacto com o universo artístico e aí faz sentido haver ligações com outras instituições, como o Conservatório, grupos de teatro ou o Convento São Francisco, entre outros”, notou.

Nesse sentido, poderá haver uma reconfiguração da oferta que já existe no 1.º ciclo (licenciaturas), acentuando a vertente prática de alguns cursos, a criação de novas ofertas a nível do mestrado e doutoramento, mas também na formação mais breve, que não confere grau e direcionada para a formação ao longo da vida.

“Aí [na formação breve], há claramente um grande campo para explorar”, salientou.

Delfim Leão apontou para o exemplo das residências artísticas que poderão ser aproveitadas para “agregar à volta desse esforço uma oferta curricular pensada para a comunidade académica e fora dela”.

“Terá de haver uma reconfiguração que seja estável, mas depois tem de haver uma resposta mais ágil, como um curso de verão, que é muito mais leve e permite testar conceitos e que depois até pode dar origem a uma escola doutoral, um mestrado ou uma pós-graduação”, afirmou.

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