A Universidade de Coimbra (UC) recebeu mais de dois mil alunos em mobilidade académica no ano letivo de 2024/2025, maioritariamente provenientes de Itália, Espanha e Brasil, revelou hoje o vice-reitor João Nuno Calvão da Silva.
“Pela primeira vez, superámos a fasquia dos dois mil estudantes de mobilidade que quiseram vir para a Universidade de Coimbra e, portanto, foi um recorde histórico. Foram 2.014 estudantes, de cerca de 120 nacionalidades, que estudaram aqui no ano 2024/2025”, destacou.
Em declarações à agência Lusa, o vice-reitor para as Relações Externas e Alumni estimou que o recorde do último ano seja ultrapassado no ano letivo em curso.
PUBLICIDADE
“Nesta altura temos mais 07% de inscrições para passarem cá um ano inteiro ou apenas o primeiro semestre do que tínhamos no mesmo período no ano passado. Como ainda estamos a aceitar inscrições e ainda virá o segundo semestre, com altíssima probabilidade vamos ter um número superior no ano letivo de 2025/2026”, sustentou.
Entre as faculdades da UC mais procuradas para Erasmus figuram a de Direito, “com um grande prestígio, sobretudo no Brasil, bem como a de Economia, que “tem bastante oferta letiva em inglês”.
“A Faculdade de Ciências e Tecnologia também é muito procurada, assim como a Faculdade de Medicina. Diria que quase todas têm muita procura, mesmo aquelas que não dispõem de oferta letiva em inglês, o que mostra que também é importante mantermos esta aposta estratégica na língua portuguesa, para honrar a nossa memória histórica de sermos ‘alma mater’ das universidades de língua portuguesa”, acrescentou.
De acordo com João Nuno Calvão da Silva, o aumento do número de alunos que chegam à UC através do programa Erasmus vem atestar o prestígio deste estabelecimento de ensino superior “aberto ao mundo”.
“Acho que isto é uma boa notícia para o país e para a Europa, porque neste mundo em que nós assistimos cada vez mais a guerras, discórdias, xenofobia e racismo, este programa ser um êxito e a UC ser um êxito na receção destes programas de Erasmus, ajuda muito à estruturação destes jovens, numa sociedade cosmopolita, numa cidade em que mais de 120 nacionalidades estão num ambiente de tolerância, a promover a integração, o respeito das diversidades culturais, linguísticas, rácicas e sexuais”, sustentou.
À Lusa, o vice-reitor da UC disse ainda que gostaria muito que estes números fossem também um “sinal positivo” para as instâncias públicas europeias, sobretudo a Comissão Europeia, poderem vir a reforçar as verbas para estes programas, de modo que mais jovens possam realizar este tipo de mobilidade académica.
“Se calhar este é um investimento estruturante naquilo que hoje a Universidade de Coimbra está a fazer, que é criar pontos de diálogo entre os jovens e não propriamente acirrar estes mundos de ódios, xenofobia e de muros que os políticos vão levantando perigosamente rumo a guerras que pensávamos, há pouco tempo, impossíveis de ver outra vez”, afirmou.
Sobre o número de estudantes da UC a fazerem Erasmus em outras universidades estrangeiras, João Nuno Calvão da Silva informou também que se registou “um recorde histórico”.
“Pela primeira vez esgotámos mesmo as verbas disponíveis, que nos são disponibilizados pela Agência Nacional de Erasmus. Isso também me leva a fazer esse repto à Comissão Europeia, para que reforce as verbas para estes programas e para que mais jovens possam circular pelo espaço europeu, pois é o maior contributo que podemos dar para a paz”, concluiu.
PUBLICIDADE