Educação
Universidade de Coimbra confirma buscas da PJ e diz que “está a colaborar com as autoridades”

A Universidade de Coimbra foi esta terça-feira, 8 de julho, alvo de buscas por parte da Polícia Judiciária, no âmbito da Operação Nexus, uma investigação de grande escala que envolve suspeitas de fraude milionária na obtenção de fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Contactada pelo Notícias de Coimbra, a instituição refere que “confirma que está a colaborar com as autoridades nas diligências que estão a ser realizadas” e “que visam a atividade de empresas privadas”.
A UC afirma que está a “disponibilizar toda a informação necessária para clarificar a situação e a acompanhar as diligências com tranquilidade”.
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A operação, coordenada pela PJ em articulação com o Ministério Público e a Procuradoria Europeia, visou um total de 103 buscas domiciliárias e não domiciliárias em várias regiões do país, incluindo instituições de ensino superior, empresas tecnológicas, entidades públicas e privadas.
Entre as entidades visadas estão a Reitoria da Universidade do Porto, o Banco de Portugal, a Casa da Música, a Brisa, a Via Verde, o INEM e também a Universidade de Coimbra. Fontes ligadas ao processo indicam que as diligências na Universidade de Coimbra incidiram sobre procedimentos de aquisição de sistemas informáticos e cibersegurança, com financiamento europeu.
A investigação incide sobre dois processos distintos, um sob alçada do DIAP Regional do Porto e outro da Procuradoria Europeia, ambos centrados em alegadas irregularidades em contratos públicos relacionados com tecnologia, nomeadamente viciação de concursos, corrupção e fraude na obtenção de fundos comunitários.
O esquema, segundo a Judiciária, terá envolvido adjudicações ilegais de cerca de 20 milhões de euros, com fortes indícios de troca de favores, subornos e partilha de informação privilegiada. O objetivo seria garantir a vitória de determinadas empresas em concursos públicos, sobretudo no fornecimento de hardware e software, lesando o erário público e a União Europeia em largas dezenas de milhões de euros.
Seis pessoas foram detidas, incluindo um diretor da Brisa, um funcionário da Universidade do Porto e quatro membros da empresa DecUnify, apontada como a mentora do esquema. Os detidos são suspeitos de corrupção ativa e passiva, fraude, falsificação, participação económica em negócio e recebimento indevido de vantagem.
A operação decorre sob segredo de justiça e encontra-se ainda em atualização.
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