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Universidade de Coimbra com GPS para recuperar deliquentes
Um estudo de investigadores da Universidade de Coimbra (UC) demonstrou que a aplicação de um programa de prevenção e reabilitação para indivíduos com comportamento antissocial tem “efeitos significativos” na sua “reabilitação e reinserção social”.
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Um Programa de Prevenção e Reabilitação aplicado em “indivíduos com comportamento antissocial, em todos os centros educativos e em dez estabelecimentos prisionais de Portugal” (incluindo as ilhas), demonstrou ter “efeitos significativos na reabilitação e reinserção social eficaz de agressores e delinquentes”, afirma a UC, numa nota hoje divulgada.
Concebido por cientistas da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da UC (FPCEUC) para “uma intervenção sobre jovens em risco na Região Autónoma dos Açores”, o programa foi implementado no âmbito do projeto de investigação GPS (Gerar Percursos Sociais) por uma equipa de investigadores daquela faculdade em parceria com a Direção-Geral de Reinserção Social e dos Serviços Prisionais do Ministério da Justiça.
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“O objetivo era avaliar o impacto de uma intervenção focada na diminuição do comportamento agressivo e na regulação emocional (autocontrole emocional) de indivíduos delinquentes”, refere a nota, adiantando que ao longo de três anos e meio a equipa de investigadores trabalhou com “dois grupos constituídos por 150 agressores juvenis (menores a cumprirem medida tutelar educativa de internamento) e por 300 reclusos adultos do sexo masculino”.
A implementação do GPS revelou “um forte impacto positivo nas variáveis estudadas”, tendo os menores registado “uma melhoria significativa no controle da raiva e no autocontrole emocional”, mostrando, no final da intervenção, “um estilo de pensamento pró-social”, isto é, uma leitura mais realista das situações interpessoais.
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Em relação aos adultos, verificou-se “uma descida muito acentuada nos níveis de ansiedade e depressão e uma redução dos sentimentos de desconfiança e de paranoia”, sublinhou Daniel Rijo, investigador do Centro de Investigação do Núcleo de Investigação e Intervenção Cognitivo-Comportamental da UC.
As conclusões deste estudo apontam para “a necessidade e utilidade da inserção e generalização dos programas psicoeducacionais nos planos de reabilitação de agressores e delinquentes”, sustentou aquele especialista e docente da UC.
“Este tipo de intervenções revela-se capaz de produzir melhorias” no funcionamento psicológico e no seu estilo de comportamento de agressores e delinquentes”, afirmou Daniel Rijo, considerando que constituem “uma mais-valia para o cumprimento da finalidade das penas que visam a reabilitação e a reinserção social eficaz”.
Os resultados da pesquisa, financiada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), vão ser apresentados na sexta-feira e no sábado, em Coimbra, durante o seminário “Intervenções Cognitivo Comportamentais em Contextos Forenses”, que vai ter lugar no anfiteatro da FPCEUC.
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