Coimbra

“Um dia que Coimbra jamais esquecerá”. O ano em que o inferno bateu à porta

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 4 horas atrás em 20-08-2025

Imagem: RTP

Um dos incêndios mais devastadores da região atingiu Coimbra e arredores, avançando para áreas urbanas onde nunca haviam chegado. Milhares de hectares de floresta, em 2005, foram consumidos, incluindo 80% da Mata Nacional de Vale de Canas, enquanto casas, oficinas e veículos foram destruídos.

Na altura, o fogo começou na zona de Carvalho, Lagoa e São Frutuoso, mas os ventos muito fortes estenderam as chamas até Ceira e às duas margens do rio Mondego, como se pode ler no Público. A situação agravou-se com incêndios vindos de Miranda do Corvo, obrigando à ativação dos Planos Municipais de Emergência e à mobilização de reforços de outros concelhos.

Durante a madrugada, o incêndio avançou em várias frentes, sendo combatido por cerca de 150 bombeiros, deu conta na altura o Correio da Manhã. O Hospital Psiquiátrico Sobral Cid foi evacuado, e as freguesias de Ceira e Torre do Mondego tiveram de retirar a população, principalmente idosos, que foram conduzidos ao Quartel Militar da Brigada Ligeira de Intervenção.

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Entre as 0:00 e as 3:00, a cidade viveu momentos de pânico, com a população local a ajudar no combate às chamas. As chamas avançaram em três frentes: na margem esquerda do Mondego, com contra-fogo para proteger o hospital; na margem direita, queimando o Pinhal de Marrocos; e na encosta do Tovim, onde a Mata de Vale de Canas foi praticamente destruída, escrevia o Jornal de Notícias (JN).

Após o amanhecer, o incêndio recomeçou em Torres do Mondego, mas foi controlado graças à ação de um grupo de intervenção de Évora e aos meios aéreos. Em Almalaguês, uma habitação de férias, uma oficina e uma antiga serração foram consumidas pelo fogo, obrigando à evacuação de 25 utentes do Centro Paroquial Bem Estar Social, informa o mesmo jornal.

O número de vítimas aumentou com a morte de um homem em Vila Nova de Poiares, atropelado por um camião de bombeiros enquanto ajudava no combate ao fogo. Com este incidente, o número de mortos nesta época de incêndios chegou a 14, incluindo 10 bombeiros, relata o JN.

Os esforços de combate envolveram centenas de bombeiros e diversos meios de apoio. Em Sobral Valado, Pampilhosa da Serra, estavam mobilizados 227 homens, 75 viaturas e uma aeronave, apoiados por médicos e psicólogos, recorda o Público. Em São Frutuoso, Coimbra, 153 homens, quatro aeronaves e 86 viaturas atuavam em diferentes frentes de combate.

Um dos bombeiros resumiu a dimensão da tragédia: “Um dia que Coimbra jamais esquecerá”.

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