A Unidade Local de Saúde (ULS) de Coimbra foi destacada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) no seu mais recente relatório “Chronic Respiratory Diseases and Health Equity by 2050”.
Segundo a OMS, a unidade conimbricense é dada como exemplo de boas práticas internacionais no desenvolvimento de percursos clínicos integrados e digitais para pessoas com Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) e asma.
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Desde 2014, Portugal tem vindo a implementar várias iniciativas digitais no seguimento da doença respiratória crónica, com destaque para a telemonitorização de doentes, abrangendo já mais de 2.000 utentes. Contudo, num esforço para reforçar ainda mais a resposta do sistema de saúde e garantir uma abordagem centrada no doente, a ULS de Coimbra lançou recentemente uma iniciativa inovadora baseada em percursos clínicos digitais integrados para a DPOC e asma.
Segundo explica Gustavo Santo, coordenador do grupo de trabalho para a implementação da Unidade de Monitorização Remota da ULS de Coimbra, “o percurso clínico integrado contempla um modelo organizado que permite o acompanhamento à distância de doentes com patologias crónicas e a intervenção precoce de profissionais dos cuidados de saúde primários ou hospitalares, de acordo com a estratificação dos alertas gerados e identificados pela Unidade de Monitorização Remota”.
“O objetivo é conseguir que o doente com patologia respiratória crónica, nomeadamente o doente com DPOC e asma, tenha um seguimento de maior proximidade e em continuidade ao longo da sua jornada clínica, desde os cuidados de saúde primários, até aos cuidados hospitalares, passando pelo domicílio”, explica Cidália Rodrigues, pneumologista da ULS de Coimbra
A especialista acrescenta que “há um seguimento de maior proximidade e de continuidade, e não apenas o seguimento pontual em consultas, com o objetivo de identificar e antecipar precocemente as necessidades dos doentes”. Para a especialista “é essencial melhorar os cuidados de saúde prestados, promover a identificação precoce da doença, proporcionar tratamento e acompanhamento adequado e gerir as complicações”.
“Este modelo, concebido por equipas multidisciplinares da ULS de Coimbra, garante a continuidade assistencial entre os cuidados de saúde primários e hospitalares, articulando a intervenção precoce, o acompanhamento regular e a promoção da literacia em saúde respiratória”, explica Alexandre Lourenço, Presidente do Conselho de Administração da ULS de Coimbra, referindo que “o sistema de informação associado permite uma coordenação em tempo real entre os diferentes níveis de cuidados, facilitando respostas clínicas atempadas e individualizadas”.
A iniciativa, que já acompanha 580 doentes com patologia respiratória crónica, prevê alargar a sua cobertura a mais de 24.000 pessoas nos próximos anos. “Esta ambição reflete a visão estratégica da ULS de Coimbra de promover um sistema de saúde mais sustentável, equitativo e centrado nas necessidades reais dos cidadãos”, conclui Alexandre Lourenço.
“A OMS reconhece este esforço como um exemplo de transformação dos modelos assistenciais e de como a integração de cuidados, aliada à inovação tecnológica, pode melhorar significativamente os resultados em saúde e reduzir as desigualdades no acesso e na qualidade dos cuidados prestados. É um reconhecimento internacional que valoriza o trabalho contínuo da ULS de Coimbra na promoção de cuidados integrados e reforça o compromisso do Serviço Nacional de Saúde português com a melhoria da qualidade de vida das pessoas com doenças respiratórias crónicas”, conclui o responsável.
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