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Ucrânia: Países europeus e Kiev propõem fim da guerra nas atuais linhas de batalha

Notícias de Coimbra | 28 minutos atrás em 21-10-2025

Países europeus e a Ucrânia estão a preparar uma proposta para acabar com a guerra causada pela Rússia nas atuais linhas de batalha, contrariando exigências de território feitas por Moscovo, avançou hoje a agência Bloomberg.

Segundo fontes próximas do processo, citadas pela agência noticiosa, o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ficaria a presidir a um conselho da paz, responsável por supervisionar a aplicação do plano proposto, com 12 pontos.

Uma vez que a Rússia concordasse com um cessar-fogo e ambos os lados se comprometessem a interromper os avanços territoriais, as propostas preveem o regresso de todas as crianças deportadas à Ucrânia e a troca de prisioneiros.

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Por seu lado, a Ucrânia receberia garantias de segurança, fundos para reparar os danos da guerra e um caminho para aderir rapidamente à União Europeia.

As sanções contra a Rússia seriam gradualmente suspensas, embora cerca de 300 mil milhões norte-americanos (quase 260 mil milhões de euros) em reservas congeladas do banco central russo só fossem devolvidos depois de Moscovo concordar em contribuir para a reconstrução pós-guerra da Ucrânia.

As restrições seriam restabelecidas se a Rússia atacasse novamente o país vizinho.

Moscovo e Kiev entrariam em negociações sobre a governação dos territórios ocupados, embora nem a Europa nem a Ucrânia reconheçam legalmente qualquer território ocupado como russo, indicaram as mesmas fontes.

Até agora, a Rússia rejeitou os apelos para pôr fim aos combates ao longo das linhas existentes, apesar de ter sofrido baixas massivas na guerra, iniciada com a invasão russa em fevereiro de 2022.

Os detalhes do plano estão a ser finalizados e ainda podem mudar, alertaram as mesmas fontes, que pediram para não serem identificadas.

Qualquer proposta também precisaria da aprovação de Washington e as autoridades europeias podem viajar para os Estados Unidos esta semana, indicaram ainda.

A proposta ecoa os apelos feitos por Trump na semana passada para congelar imediatamente o conflito ao longo das linhas atuais antes de iniciar as negociações.

No mesmo sentido, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, chefes de Estados aliados de Kiev e líderes das instituições europeias defenderam hoje que “a linha da frente deve ser o ponto de partida para negociações”.

“Apoiamos veementemente a posição do Presidente [norte-americano, Donald] Trump de que os combates devem cessar imediatamente e que a atual linha da frente deve ser o ponto de partida para as negociações. Continuamos comprometidos com o princípio de que as fronteiras internacionais não devem ser alteradas pela força”, salientaram os membros da chamada Coligação dos Dispostos, numa posição hoje divulgada.

“Estamos convictos de que a Ucrânia deve estar na posição mais forte possível – antes, durante e após qualquer cessar-fogo”, adiantaram na declaração conjunta os presidentes do Conselho Europeu, António Costa, e da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, bem como Volodymyr Zelensky.

Chefes de Estado ou de Governo da Alemanha, Reino Unido, França, Itália, Polónia, Espanha, Dinamarca, Noruega e Finlândia também subscreveram a posição.

Desde a invasão russa, não tem havido qualquer avanço nas negociações de cessar-fogo.

Após o regresso à Casa Branca, no início deste ano, Donald Trump deu passos diplomáticos para tentar mediar um cessar-fogo imediato e procurar garantias de segurança para a Ucrânia.

Mais recentemente, o Presidente norte-americano propôs que as partes “parassem onde estão” no terreno e considerou que a Ucrânia poderia ter de fazer concessões territoriais, especialmente na região do Donbass – que Putin anexou em setembro de 2022.

A proposta provocou preocupação em Kiev e nos países europeus, que sublinharam que qualquer acordo tem de respeitar a soberania da Ucrânia e não pode recompensar a invasão pela força.

A Rússia rejeita algumas das ideias propostas (como a linha de contacto fixa) e mantém exigências sobre a rendição da Ucrânia em certas regiões.

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