Turismo Sustentável diz que é tempo de repensar modelos de gestão de áreas naturais

Notícias de Coimbra | 7 anos atrás em 01-09-2017

O Provere iNature – Turismo Sustentável em Áreas Classificadas defendeu hoje a necessidade de se repensarem os modelos de gestão do património nos 12 territórios de elevada importância ambiental e natural que representa.

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buçaco

“Este é o momento para repensar os modelos de gestão do património destas áreas naturais, dentro da valorização dos princípios do desenvolvimento sustentável para organização dos instrumentos de ordenamento, no sentido do bem coletivo, com a necessária coragem para ir além das questões regulamentares e incorporar um modelo de gestão da propriedade”, alegou.

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Em comunicado, o Conselho de Gestão da Estratégia de Eficiência Coletiva PROVERE iNature – turismo sustentável em áreas classificadas mostrou-se preocupado com a “gravosa continuidade dos incêndios” deste ano, que têm devastado recursos de património natural, que coincidem com a rede de áreas geográficas que representa.

“É uma perda inquestionável de parte dos seus ativos naturais, dos seus valores fundamentais e atratividade. Manifestamos igualmente uma severa apreensão com o grave risco de continuada destruição das áreas afetadas, por erosão dessas áreas, derivada das chuvas do próximo inverno, e com o prolongamento e agravamento da situação de calamidade nestes territórios”, acrescentou.

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Na nota enviada à comunicação social, o Provere iNature – Turismo Sustentável em Áreas Classificadas apontou que o valor destes territórios não se reduz à sua dimensão florestal, “pelo que o seu quadro de gestão não pode deixar de ter em conta as múltiplas dimensões de utilização e fruição destas áreas, numa abordagem integrada de valorização social e económica”.

“Defendemos por isso que, na gestão da propriedade, a responsabilidade esteja associada à capacidade de gestão e de intervenção e possa fazer uso de modelos de arrendamento e aquisição na promoção do interesse público e vital, que o funcionamento regular do mercado não conseguiu até hoje cumprir. Promovam-se efetivamente alternativas de gestão coletiva para a valorização de um património de interesse supra nacional e reconhecido a nível comunitário”, justificou.

No seu entender, são necessários novos mecanismos de resposta ao padrão de abandono do interior do país, que “contínua e reiteradamente negligenciado em termos de políticas públicas de desenvolvimento, que respondam em conformidade ao grave problema que teima em ficar à vista de todos”.

“O esvaziamento demográfico do interior apenas irá reforçar as consequências dos quadros de calamidade resultado dos incêndios, em perdas nos domínios da biodiversidade, no valor económico da floresta, da agricultura e do turismo. A opção por viver no interior não pode ter implícito um quadro de injustiça social, económica, fiscal, ou até de maior risco associado para quem aqui escolhe ficar”, referiu.

De acordo com o Provere iNature – Turismo Sustentável em Áreas Classificadas, a defesa destes espaços naturais e da floresta é também a defesa das comunidades que as integram, fundamentais para o seu desenvolvimento e sustentabilidade.

“O modelo de gestão destas áreas deve garantir o seu envolvimento e capacitação e prever a integração do ordenamento com o enorme capital de cidadania que se encontra mobilizado para esta problemática”, apontou.

O consórcio iNature evidenciou ainda que quer ser parte da solução, destacando que estarão “ao serviço do combate ao abandono e à negligência para com esta região”.

“Solicitaremos no imediato aos Ministérios da Agricultura e Ambiente que nos possam receber para apresentação do nosso contributo de reflexão sobre estas linhas de intervenção, assim como iremos propor à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional da Região Centro (CCDR-C),que possa connosco analisar esta situação e rever o posicionamento desta iniciativa PROVERE”, concluiu.

O consórcio responsável pela promoção da Estratégia de Eficiência Coletiva iNature – Turismo Sustentável em Áreas Classificadas representa 12 territórios de elevada importância ambiental e natural.

São eles o Parque Natural da Serra da Estrela, paisagem protegida da Serra do Açor, Reserva Natural da Serra da Malcata, paisagem protegida regional da Serra da Gardunha, Geoparque Naturtejo, Parque Natural Local Vouga-Caramulo, ZPE Sicó/Alvaiázere, Parque Natural da Serra D’Aire e Candeeiros, Mata do Buçaco, ZPE Vale do Coa e Reserva da Faia Brava, Serra da Lousã e paisagem protegida da Serra de Montejunto.

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