Estar triste não é estar deprimido, mas quando a tristeza se prolonga de forma desproporcional e interfere na vida diária, pode ser um sinal de alerta. A depressão é uma perturbação do humor com múltiplas causas, efeitos incapacitantes e consequências para a saúde, as relações e a economia.
De acordo com a DECO PROteste, “a depressão pode e deve ser tratada”. O diagnóstico precoce e o acesso a tratamentos eficazes são essenciais para garantir qualidade de vida e bem-estar. Ainda assim, continua a ser uma condição subdiagnosticada e, muitas vezes, subvalorizada.
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A tristeza é uma resposta emocional normal a situações difíceis. Já a depressão é um estado patológico que se caracteriza por sintomas como tristeza profunda, ansiedade, fadiga, perturbações do sono, perda de interesse em atividades habituais, e alterações cognitivas ou sociais. Estes sinais devem manter-se por pelo menos duas semanas para que o diagnóstico clínico seja considerado.
A origem da depressão é multifatorial, envolvendo componentes genéticos, biológicos, psicológicos e sociais. Estresse, isolamento, género feminino, pobreza, desemprego, consumo de substâncias, doenças crónicas e baixa autoestima são alguns dos fatores de risco mais identificados. Por outro lado, a prática regular de exercício, apoio social, boa alimentação e resiliência são fatores protetores importantes
Segundo dados recentes, a depressão é responsável por 50% das baixas por doença crónica na União Europeia. Em Portugal, quase dois em cada cinco trabalhadores foram afetados por depressão, ansiedade ou stresse laboral em 2022 – um valor acima da média europeia. O impacto traduziu-se num custo estimado de 5,3 mil milhões de euros nesse ano, entre absentismo e presentismo.
As mulheres são 50% mais afetadas pela depressão do que os homens, com maior incidência a partir da puberdade. A gravidez e o pós-parto são fases particularmente críticas, com mais de 10% das mulheres a sofrerem de depressão perinatal.
Estudos mostram que mais de 50% das pessoas com depressão grave também apresentam sintomas de ansiedade, sendo comum o diagnóstico de depressão ansiosa. Esta sobreposição agrava o sofrimento e a complexidade do tratamento.
O tratamento da depressão pode incluir: farmacoterapia com antidepressivos (como os SSRI e SNRI); psicoterapia, com destaque para a terapia cognitivo-comportamental; estimulação magnética transcraniana, uma alternativa não invasiva para casos resistentes e eletroconvulsivoterapia, utilizada em situações mais graves e refratárias.
A escolha do tratamento deve ser individualizada, envolvendo profissionais qualificados e, sempre que possível, uma abordagem multidisciplinar.
A DECO PROteste reforça a importância de medidas públicas de prevenção e de promoção da saúde mental, alertando que “o custo económico, social e de saúde das perturbações mentais pode ser mitigado com investimento adequado”.
É fundamental quebrar o estigma, fomentar o acesso à informação e garantir que a saúde mental seja uma prioridade em todas as esferas da sociedade.
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