Crimes

Tribunal de Coimbra julga homem acusado de tentar matar ex-namorada

Notícias de Coimbra | 6 anos atrás em 27-09-2018

 O Tribunal de Coimbra começa a julgar na segunda-feira, às 14:00, um homem de 43 anos acusado de tentativa de homicídio, que atropelou a ex-companheira em setembro de 2017, em Midões, concelho de Tábua.

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O arguido vai responder por um crime de homicídio qualificado, na forma tentada, por ter atropelado a ex-companheira, poucos dias depois de a vítima ter terminado a relação entre ambos.

O indivíduo já tinha sido anteriormente condenado pelo mesmo crime e pela prática de violência doméstica, em processos que diziam respeito à relação com a sua ex-mulher, com quem teve três filhos, tendo cumprido pena até fevereiro de 2016, altura em que tinha saído em liberdade condicional.

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De acordo com a acusação a que a agência Lusa teve acesso, a relação entre o arguido e a vítima iniciou-se em março de 2017, desenrolando-se de forma “relativamente rápida”, sendo que no espaço de apenas dois dias estavam a residir como casal numa habitação na localidade de Cadoiço, concelho de Tábua, distrito de Coimbra.

Durante a relação, o casal contraiu um empréstimo bancário no montante de cinco mil euros para fazer “face a dívidas mútuas”, sendo que o arguido considerava que a maioria dessas dívidas diziam respeito à sua companheira.

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O relacionamento entre os dois “nunca foi pacífico”, sendo que as discussões foram aumentando de frequência e de tom, sobretudo após a contração do empréstimo.

O arguido revelava ciúmes em relação à companheira e acusava-a de “falta de orientação e cuidado nos gastos diários e no modo de vida que levava, com saídas para festas e passeios”, refere o Ministério Público.

Numa das discussões, o arguido terá dito à sua companheira que se “ia arrepender do que lhe estava a fazer”.

Num domingo, a 17 de setembro, surgiu a última discussão, em que a companheira decidiu acabar com a relação e dizer ao arguido para retirar as suas coisas de casa.

O homem terá respondido: “Se é isso que tu queres, está bem”.

A 20 de setembro, o arguido conduzia um carro Volkswagen Golf, quando avistou a sua ex-companheira, a um metro da porta de um café, na localidade de Cadoiço, enquanto aguardava a chegada do padeiro.

Descontente com o término da relação, o arguido terá decidido avançar com o automóvel contra a sua ex-companheira.

“Inverteu o seu sentido de marcha, aproximou-se do ponto” onde a vítima “se encontrava, saiu da faixa de rodagem em que seguia e dirigiu a frente do veículo em direção ao corpo da mesma”.

A mulher terá sido projetada 13 metros para a frente, caindo imóvel, sublinha a acusação.

Imediatamente após o embate, o arguido abandonou o local e pernoitou numa casa em construção durante dois dias, para não ser detetado.

Em consequência dos atos, refere o Ministério Público, a ex-companheira sofreu ferimentos e escoriações em vários pontos do corpo, tendo estado mais de um mês de baixa.

Não obstante o arguido já ter sofrido condenações por crimes semelhantes, a verdade é que essas penas “não tiveram qualquer efeito dissuasor sobre o seu comportamento”, ao ter cometido crimes semelhantes “durante o curto período em que esteve em liberdade”, conclui o Ministério Público.

“De mencionar ainda que o arguido, ao praticar este tipo de ilícitos, demonstra um total descontrolo dos seus impulsos e desrespeito pelos seus pares, em particular pelas mulheres com quem se relaciona, a quem não reconhece nem permite qualquer autonomia, não tendo qualquer pejo em atentar contra as suas vidas”, frisa a acusação.

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