Tribunal de Coimbra julga ex-bancária acusada de desviar 655 mil euros

Notícias de Coimbra | 6 anos atrás em 02-02-2018

O Tribunal de Coimbra começa a julgar na quinta-feira uma ex-bancária do BCP de Vila Nova de Poiares acusada de desviar 655 mil euros de contas de clientes, especialmente de idosos e emigrantes.

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Palacio

Para além da ex-bancária, que começa a ser julgada às 09:30, é também arguido o seu ex-marido, que terá participado no alegado esquema de desvio de fundos das contas de clientes do banco onde a arguida trabalhava, refere a acusação do Ministério Público.

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A arguida, de 44 anos, que trabalhou no BCP de 1997 até 2010 (data em que rescindiu unilateralmente o contrato de trabalho), passou a desempenhar em 2003 a função de gestora de conta na agência de Vila Nova de Poiares e, a partir de 2007, acumulou esse cargo com o de coordenadora comercial adjunta.

De acordo com a acusação a que a agência Lusa teve acesso, os dois arguidos, em 2003, formularam “o propósito de passar a movimentar montantes pecuniários depositados naquele banco por diversos clientes sem o conhecimento ou consentimento destes”.

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O alvo preferencial dos arguidos, explica o Ministério Público (MP), seriam idosos ou emigrantes, “a cujos fundos a arguida tinha acesso e lhes estavam confiados pelo BCP, em virtude do desempenho da sua atividade profissional”.

Com acesso à base de dados do BCP, a arguida apoderava-se dos montantes, fazendo transferências para a sua conta e do seu marido ou para a conta de terceiros, às quais a arguida depois acedia, refere a acusação.

“Para ocultar a origem das ordens transmitidas às contas dos clientes, os arguidos decidiram que a arguida efetuaria tais transferências sem qualquer documento ou comprovativo válido que suportasse qualquer das operações”, acrescenta o MP, sublinhando que também foram emitidos cheques e cartões bancários das contas de clientes, “tal como se tivessem sido solicitados pelos depositantes”.

Algumas das vítimas eram emigrantes no Brasil, França ou Estados Unidos, tendo sido identificada mais de 20 pessoas afetadas pelo esquema.

Na acusação, ainda é possível verificar que a arguida fazia levantamentos de 400 euros num dia, por diversas vezes, e várias compras de centenas de euros em lojas de roupa, ourivesarias ou perfumarias.

A arguida é acusada de um crime de falsidade informática, um crime de abuso de confiança qualificado, um crime de subtração de documento, um crime de falsificação de documento e um crime de branqueamento de capitais.

O Ministério Público pede ainda que seja declarado a favor do Estado a quantia de 655 mil euros.

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