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Três mulheres enforcadas no Irão acusadas de assassinarem maridos

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 anos atrás em 29-07-2022

O Irão procedeu à execução por enforcamento de três mulheres, em prisões diferentes, todas condenadas à morte sob acusação de terem assassinado os respetivos maridos, anunciou hoje a organização não-governamental Iran Human Rights (IHR), com sede na Noruega.

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Várias organizações de defesa e promoção dos direitos humanos têm manifestado preocupação pelo aumento significativo de mulheres executadas no Irão – pelo menos dez em 2022 –, condenadas sobretudo pelo assassínio dos respetivos maridos.

Muitas dessas mulheres são frequentemente vítimas de violência dos próprios maridos ou são obrigadas a casar ainda em criança, observam as organizações.

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Segundo a IHR, citada pela agência noticiosa France-Presse (AFP), as três mulheres foram condenadas por matarem os respetivos maridos em três casos distintos e executadas na quarta-feira em diferentes prisões da República Islâmica.

A IHR refere que Senobar Jalali, cidadã afegã, foi executada numa prisão perto de Teerão, enquanto Soheila Abedi, casada aos 15 anos, foi enforcada numa penitenciária de Sanandaj (oeste do Irão).

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Abedi assassinou o marido dez anos depois do casamento e foi condenada à morte em 2015, precisou a IHR.

A terceira mulher, Faranak Beheshti, condenada há cinco anos também pelo assassínio do marido, foi executada numa prisão em Urmia (noroeste), acrescentou a fonte.

Segundo um relatório do IHR, divulgado em outubro do ano passado, pelo menos 164 mulheres foram executadas no Irão entre 2010 e 2021.

Quarta-feira, duas outras organizações não-governamentais, entre elas a Amnistia Internacional (AI), denunciaram a existência de “execuções em série” no Irão, onde mais de 250 pessoas foram condenadas à morte nos primeiros seis meses do ano, “após julgamentos sistematicamente injustos”.

No Irão, as mulheres não têm o direito de pedir unilateralmente o divórcio, mesmo em situações de violência doméstica ou de abuso, sublinham as várias organizações de defesa dos direitos humanos.

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