A prática de treinar em jejum tem sido promovida como uma forma eficiente de perder gordura corporal, mas será que há realmente fundamento nisso? A ciência tem apontado algumas respostas, mas a verdade parece ser mais complexa do que os defensores e opositores da prática sugerem.
De acordo com especialistas, como Mandy Hagstrom, professora de Fisiologia do Exercício na Universidade de Nova Gales do Sul, a ideia de que o exercício em jejum resulta em uma perda de gordura corporal a longo prazo não é tão clara quanto se pensa.
Embora estudos mostrem que o corpo queima mais gordura durante o exercício em jejum, essa queima imediata não se traduz em uma perda significativa de gordura ao longo do tempo. Isso ocorre porque os efeitos a curto prazo nem sempre refletem mudanças duradouras.
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Em um estudo de 2017, Hagstrom demonstrou que o treinamento em jejum não trouxe diferenças notáveis na composição corporal a longo prazo, desafiando a ideia popular de que treinar de estômago vazio é a chave para a perda de peso.
Embora treinar em jejum tenha sido associado a uma maior oxidação de gordura, a pesquisa sugere que o que você come antes ou depois do treino tem impacto limitado na perda de gordura a longo prazo. O que parece ser mais importante para melhorar a composição corporal e a perda de peso é a ingestão de uma refeição equilibrada ao longo do dia, especialmente aumentando a ingestão de proteína de manhã.
Quando se trata de desempenho, a ciência é mais clara: comer antes de exercícios longos (mais de 60 minutos) pode melhorar a performance. No entanto, para atividades curtas, o efeito é mínimo. Atletas de elite, por exemplo, não costumam adotar a prática de treinar em jejum, com muitos praticantes amadores sendo mais inclinados a essa abordagem.
No caso do treino de força, como musculação, a evidência também é inconclusiva. Ensaios controlados mostraram que não há diferença significativa em força ou massa muscular, independentemente de treinar em jejum ou após a refeição.
Embora algumas pessoas se sintam bem treinando de estômago vazio, outros podem experimentar efeitos colaterais, como dor de cabeça e náuseas. Além disso, o treino em jejum pode deixar uma sensação intensa de fome após o exercício, o que pode levar a escolhas alimentares pouco saudáveis.
A conclusão é simples: não há uma resposta definitiva sobre se treinar em jejum é ou não a melhor estratégia para perder peso ou melhorar o desempenho.
O mais importante é que você esteja se exercitando regularmente, independentemente de quando ou o que come antes do treino. Se pular uma refeição ajudar a manter sua rotina de exercícios, ótimo. Se preferir comer antes, também não há problema.
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