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Trabalhadores na Polónia denunciam empresa de Tábua por falta de pagamento dos salários

António Alves | 4 horas atrás em 23-05-2025

Imagem: Rádio Eska

Os funcionários da empresa Aquinos Bedding Poland, que pertence ao Grupo Aquinos com sede em Tábua, ainda não receberam o ordenado de abril. Grupo português refere que estão previstas “medidas extraordinárias” para esta firma para, dessa forma, poder manter o negócio naquele país.

De acordo com a Rádio Eska, a situação abrange três centenas de trabalhadores que, desde janeiro, estão preocupados com o seu futuro.

Na notícia, a que o NDC teve acesso, a empresa está a despedir cerca de 10% dos trabalhadores todos os meses, “para evitar as obrigações legais associadas a despedimentos coletivos na legislação polaca”.

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Outros colaboradores também foram colocados em “stand by” — sem atribuição de tarefas, mas obrigados a estar disponíveis por telefone — recebendo apenas 80 por cento do salário habitual.

“Em vez de se despedir os funcionários de forma civilizada, respeitando o funcionário que trabalhou duro nesta empresa, agora parece que nos amarraram na floresta perto de uma árvore e nos deixaram à própria sorte”, referem alguns dos trabalhadores ouvidos por este meio de comunicação social polaco.

Para reclamar os seus direitos, os trabalhadores manifestaram-se à porta da empresa no passado dia 21 de maio, tendo-lhes sido dito que ainda esta semana iriam receber “uma transferência salarial parcial” e o restante até 10 de junho.

O diretor da empresa Michał Pietruszewski confirmou a verba em falta e que as informações que tinha por parte do grupo Aquinos, com sede em Tábua (Portugal), é que tal se devia “a um atraso na conclusão de uma operação estratégica de venda de ativos na Bélgica”.

A situação já foi reportada pelos sindicatos à Inspeção Nacional do Trabalho polaca.

O NDC questionou o Grupo Aquinos sobre a situação que os trabalhadores da Divisão Bedding na Polónia estão a viver.

Em resposta, foi dito que a ex-Recticel Bedding Polonia, adquirida há 4 anos pelo grupo tabuense, “exporta essencialmente para o mercado alemão”. Neste momento, este mercado “está em recessão” desde a invasão da Ucrânia pela Rússia “impactando uma série de indústrias”, como é o caso das indústrias automóveis da Volkswagen.

“A detração no consumo na Alemanha, devido à elevada inflação que se fez sentir nos últimos anos, está na base do decréscimo acentuado das exportações e das sucessivas reestruturações operativas”, referem, levando a que o negócio polaco se tenha adaptado “a uma nova realidade comercial”.

Por outro lado, o Grupo Aquinos reconhece que “o cenário atual exige mudanças mais profundas, que estão a ser analisadas no âmbito de um programa de revitalização recorrendo a medidas extraordinárias que serão brevemente colocadas em prática satisfazendo as necessidades atuais e a continuidade do negócio”.

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