Os trabalhadores dos Serviços Municipalizados dos Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC) aprovaram hoje em plenário, por unanimidade, a manutenção da greve de seis dias entre 22 e 27 de junho, a quarta que acontece este ano.
“O porquê prende-se com a falta de respostas quer do Governo quer da Câmara [Municipal de Coimbra]”, disse à agência Lusa o dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL) João Soares.
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O plenário, em que participaram cerca de 80 trabalhadores, decidiu manter a greve de seis dias marcada desde fevereiro, quando foi apresentado um calendário de luta que aumenta um dia todos os meses até setembro, totalizando 44 dias de paragem, com os trabalhadores a defender a reposição das carreiras e melhoria de vencimentos.
Esta será a quarta greve realizada desde fevereiro (apenas foi suspensa a paralisação de quatro dias em abril) e, caso não venha a ser desconvocada, representa já 16 dias de greve cumpridos por estes trabalhadores neste ano.
“O Governo já cancelou duas reuniões. Numa disse que ainda não era Governo e não tinha tomado posse e na outra porque não havia luz [uma das reuniões estava marcada para o dia seguinte ao apagão]. Ora, agora já temos Governo e já temos luz, não temos é reuniões marcadas”, disse João Soares.
Segundo o dirigente sindical e também motorista dos SMTUC, o STAL pediu “uma reunião no dia 12 com caráter de urgência”.
“Não tivemos nenhuma resposta, embora nem fosse preciso [pedir a reunião] porque o Governo sabe que estávamos à espera de reuniões e de negociar a carreira”, afirmou.
De acordo com João Soares, também da parte do presidente da Câmara de Coimbra não tiveram qualquer informação ou comunicação.
“Mantêm-se as razões do nosso protesto e mantemos a greve que já estava agendada”, disse.
Apesar disso, o dirigente do STAL salientou que “qualquer comunicação será bem-vinda e bem aceite por parte dos motoristas”, que apenas querem resolver a sua situação e evitar “as enormes perdas” de salário, mas também evitar afetar a população “com estas greves que não são boas para ninguém”.
Sobre as expectativas de adesão a esta greve, João Soares notou que na greve de maio temia uma menor adesão e tal não aconteceu, o que lhe dá a convicção de que a adesão “será forte”.
Sindicatos e trabalhadores há muito reivindicam uma reposição da carreira de motoristas e aumentos salariais.
A pouca atratividade da carreira tem levado a uma falta de motoristas nos SMTUC, com o mapa de pessoal para 2025 a contabilizar um total de 44 vagas por preencher, apesar de terem concursos abertos em permanência.
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