Os trabalhadores dos Transportes Coletivos Municipais manifestam-se na quarta-feira, em Lisboa, em protesto por o Governo não dar seguimento às negociações de valorização dos salários, revelou hoje o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local (STAL).
Num comunicado, o STAL explicou que, até 2008, o salário-base daqueles profissionais (734,62 euros) “era cerca de 63% superior ao Salário Mínimo Nacional de então (450 euros)”.
“Hoje (…) a sua base salarial é o Salário Mínimo Nacional!”, frisou.
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Afirmando que enviou propostas “de recuperação e valorização” dos salários daqueles trabalhadores ao Governo, o STAL disse que, “até ao momento”, o executivo PSD/CDS “continua sem nada decidir”.
Numa tentativa de “verem ser atendidas com urgência as suas justas exigências”, os trabalhadores dos Transportes Coletivos Municipais de várias regiões do país vão deslocar-se da sede do STAL até ao Ministério das Finanças para entregar as suas reivindicações.
Contactada pela Lusa, a presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional, Empresas Públicas, Concessionárias e Afins, Cristina Torres, explicou que as negociações começaram ainda na primeira legislatura de Luís Montenegro (2024-2025) e que estavam em cima da mesa a valorização salarial e a reposição das carreiras dos assistentes operacionais e dos trabalhadores de transportes coletivos municipais.
“No Governo AD parte um demonstraram alguma vontade e ainda chegou a haver uma reunião ou outra. A partir do Governo AD parte dois, nem resposta aos nossos ofícios”, afirmou.
“Esta luta, amanhã, acontece no decurso já de um processo que vem de trás, que partiu dos trabalhadores dos serviços municipalizados de transportes urbanos de Coimbra e que agora se juntam outros, como os do Barreiro, os da Nazaré, os de Porto Alegre, de Sintra”, adiantou Cristina Torres.
A presidente do STAL clarificou que a maioria destes trabalhadores são motoristas de transportes coletivos municipais e que pedem “a valorização do seu salário e da sua profissão”, relembrando que auferem o mesmo salário que todos os trabalhadores com a carreira de assistente operacional.
A dirigente sindical refere que o STAL chegou a enviar ao secretário de Estado da Administração Local, Silvério Regalado, todas as questões que gostavam de ver resolvidas e propostas para se “sentarem à mesa”, mas que não obtiveram resposta do executivo de Luís Montenegro.
Mais especificamente refere que, relativamente aos trabalhadores dos transportes de Coimbra, chegou a haver uma reunião entre o presidente da autarquia, José Manuel Silva, e Silvério Regalado, com a presença do STAL, em que foram discutidos os temas das carreiras e dos salários, bem como a possibilidade destes trabalhadores poderem ser abrangidos por suplementos de penosidade e insalubridade.
Contudo, Cristina Torres sublinhou que esta foi a última vez que o sindicato conseguiu contactar com o Governo.
O protesto está marcado para quarta-feira às 11:30.
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