Coimbra

Trabalhadores dos CTT pedem redução de horários e mais material de proteção

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 17-03-2020

A Comissão de Trabalhadores (CT) dos CTT apelou hoje à empresa que reduza os horários de atendimento e distribua material de proteção pelos funcionários de forma a fazer face ao “pânico de contágio” devido ao surto de Covid-19.

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Em declarações à agência Lusa, Samuel Vieira, membro da CT e da Comissão de Segurança e Saúde do Trabalho, ambas órgãos representativos dos trabalhadores dos CTT, descreveu que “a nível nacional há um pânico generalizado” neste setor.

“Vamos falando com os recursos humanos e sabemos que esta é uma situação muito complexa. Eles têm de gerir, têm muitas dificuldades, as pessoas têm de continuar a receber correio. Nós percebemos. Mas os funcionários dos CTT estão muito preocupados e alguma coisa para os sossegar tem de ser feita”, disse Samuel Vieira.

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Este apelo surge no dia em que foi tornado público que um funcionário do Centro de Distribuição Postal (CDP) de Ermesinde, em Valongo, distrito do Porto, é o primeiro caso de infeção de Covid-19 nos CTT.

“Informamos que foi acionado o protocolo definido para este tipo de situações, estando já a articular a gestão desta situação individual junto da Autoridade de Saúde da área geográfica”, indicou a empresa em nota enviada à agência Lusa.

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Esta notícia surge um dia depois de algumas dezenas de trabalhadores dos CTT de Vila Nova de Gaia se terem recusado a trabalhar enquanto não fosse efetuado um teste de despistagem do novo coronavírus a um colega que esteve em contacto com um infetado confirmado.

“Compreendendo que o país está a viver um momento completamente extraordinário, o que pedimos é que os trabalhadores dos CTT também sejam protegidos. Reduzam o horário de atendimento das estações e distribuam material”, pediu Samuel Vieira.

O membro da Comissão de Trabalhadores e da Comissão de Segurança e Saúde do Trabalho sugeriu que seja dada prioridade “apenas e sem exceções” ao correio prioritário, avançou que “os trabalhadores estão disponíveis para estudar medidas que envolva trabalhar por turnos” e exigiu mudanças no atendimento ao público uma vez que, descreveu à Lusa, “poucos são os locais com divisória fixa”.

“Até aqui apenas colocaram uma fita no chão a marcar onde o cliente fica. E nós sabemos que as máscaras e as luvas estão em pouca quantidade no país todo, mas os CTT também precisam”, disse o responsável.

Esta manhã, devido ao caso confirmado naquele centro de distribuição de Ermesinde, freguesia do concelho de Valongo, a agência Lusa contactou a administração dos CTT, tendo fonte oficial confirmado a situação e garantido que foi acionado o protocolo definido para este tipo de situações e seguidas todas as recomendações da Direção-Geral da Saúde (DGS).

“Os CTT estão muito focados na atual problemática Covid-19 e em acompanhar em permanência todas as recomendações das Autoridades. A empresa vai continuar a acompanhar diariamente as orientações da DGS e a evolução dos factos, de modo a adaptar os procedimentos internos de minimização de eventuais contágios, sempre que se justifique”, refere a nota da empresa.

Já numa nota interna, a que a Lusa teve acesso, a administração dos CTT adianta aos trabalhadores que “está a fazer todos os esforços” para conseguir “adquirir mais” material de proteção de forma a “reforçar os envios já efetuados”.

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