Coimbra

Trabalhadores contra integração dos SMTUC na Câmara Municipal

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 anos atrás em 07-07-2022

A Comissão de Trabalhadores dos Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC) aprovou hoje, por maioria, um parecer negativo relativo à integração daquele serviço num departamento a ser criado na Câmara.

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Na quarta-feira, foi apresentada uma reestruturação da orgânica nuclear dos serviços da Câmara Municipal de Coimbra, que prevê que os SMTUC sejam internalizados no Departamento de Mobilidade a ser criado.

Hoje à tarde, a Comissão de Trabalhadores (CT) reuniu e aprovou um parecer negativo – com quatro votos a favor e uma abstenção –, relativamente a essa proposta da Câmara, que será analisada e votada na reunião do executivo de segunda-feira, afirmou à agência Lusa o presidente da CT, Carlos Cristina. O parecer não é, todavia, vinculativo.

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“A nossa dúvida está relativamente ao que vai acontecer aos trabalhadores. Temos contrato de trabalho com os SMTUC e o que irá acontecer quando passarmos para a Câmara de Coimbra?”, questionou.

Segundo Carlos Cristina, outro receio dos trabalhadores passa pelas dúvidas sobre o que lhes irá acontecer quando a Metro Mondego passar a operar e algumas das carreiras mais rentáveis dos SMTUC deixarem de ser servidas por aquele serviço.

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“Para além disso, neste momento, há dois mapas de pessoal – o da Câmara e o dos SMTUC – e há regras que obrigam a um limite do mapa. Com a internalização, isto vai entupir o mapa de pessoal da Câmara de Coimbra. São dúvidas que estão no ar”, frisou.

De acordo com o responsável, a CT foi apanhada de surpresa com “esta bomba nas mãos” na manhã de quarta-feira, havendo muitas dúvidas que considera que terão de ser esclarecidas pelo município, nomeadamente as relativas aos contratos dos trabalhadores, vigência da sua antiguidade, entre outras questões.

Carlos Cristina também questiona as contas da Câmara, que aponta para muito mais administrativos do que aqueles que existem nos SMTUC.

“É falso dizer que são 300 motoristas e o resto são administrativos. Temos muito poucos administrativos e temos outros profissionais como bate-chapas, eletricistas ou serralheiros”, frisou, sublinhando que, de acordo com o mapa de pessoal dos SMTUC, há dois técnicos de informática, 26 técnicos superiores, cinco chefes de secção, uma diretora delegada, dois chefes de divisão e cerca de 30 administrativos.

“Há um conjunto de dúvidas que têm de ser acauteladas”, vincou, esperando que a Assembleia Municipal (onde a coligação Juntos Somos Coimbra não tem maioria) possa bloquear esta reestruturação orgânica.

A medida foi apresentada na quarta-feira, em conferência de imprensa.

“Na estrutura, tínhamos duas câmaras – uma grande e outra pequena [SMTUC]. Ao longo dos últimos anos, tem-se revelado disfuncional esta organização em duas câmaras pela duplicação de serviços. Assim, cria-se uma unidade orgânica nuclear com competências no trânsito, mobilidade e transportes”, salientou, na altura, o presidente da Câmara de Coimbra, José Manuel Silva.

De acordo com o autarca, mais de metade dos custos dos SMTUC centram-se nas despesas com pessoal, referindo que, comparando com outros sistemas de transportes públicos e privados, regista-se “um excesso de funcionários” na componente administrativa daqueles serviços.

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