Justiça

Testemunha chave quebra silêncio no caso Mónica Silva

Notícias de Coimbra com Lusa | 4 horas atrás em 22-05-2025

Imagem: Facebook

 O homem que foi contratado para proceder à limpeza de um apartamento na Torreira, no concelho da Murtosa, onde terá ocorrido o homicídio de Mónica Silva, foi inquirido hoje de manhã no Tribunal de Aveiro.

A quarta sessão do julgamento, que está a decorrer à porta fechada, começou com a continuação da inquirição da sobrinha de Mónica Silva, a mulher grávida da Murtosa que terá sido morta por Francisco Valente em outubro de 2023.

Seguiu-se o homem que foi contratado para proceder à limpeza da casa da família de Francisco Valente, na Torreira, onde a acusação diz que o crime ocorreu.

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À saída para a pausa do almoço, o advogado Falé de Carvalho disse que a testemunha confirmou que esteve a limpar o apartamento e contou detalhes dessa limpeza, sem se referir, contudo, a uma “limpeza profunda”, como refere a acusação.

“Disse que andou a limpar dentro da casa, a aspirar, a limpar o pó (…) ele só referiu que era uma limpeza, não uma limpeza tão profunda como se fala”, disse o advogado, que representa os filhos menores de Mónica Silva.

Falé de Carvalho disse ainda que estiveram a fazer contas para saber se o bebé que Mónica Silva carregava no ventre seria de Fernando Valente ou de outro homem, admitindo que possa haver duvidas quanto à paternidade.

“O Tribunal poderá ter dúvidas nesse aspeto mas haverá sempre a morte de um nascituro”, observou.

O julgamento realizado com tribunal de júri (composto por três juízes de carreira e oito jurados) está a decorrer à porta fechada, sem a presença de público e jornalistas, porque a juíza titular do processo determinou a exclusão da publicidade da audiência de julgamento e demais atos processuais, para proteger a dignidade pessoal da vítima face aos demais intervenientes envolvidos, nomeadamente os seus filhos.

Fernando Valente, que teve uma relação amorosa com a vítima que terá resultado numa gravidez, está acusado dos crimes de homicídio qualificado, aborto, profanação de cadáver, acesso ilegítimo e aquisição de moeda falsa para ser posta em circulação.

O arguido, que se encontra em prisão domiciliária, foi detido pela Polícia Judiciária (PJ) em novembro de 2023, mais de um mês depois do desaparecimento da mulher, de 33 anos, que estava grávida com sete meses de gestação.

O MP acusa o arguido de ter matado a vítima e o feto que esta gerava, no dia 03 de outubro de 2023 à noite, no seu apartamento na Torreira, para evitar que lhe viesse a ser imputada a paternidade e beneficiassem do seu património.

A acusação refere ainda que durante a madrugada do dia 04 de outubro e nos dias seguintes o arguido ter-se-á desfeito do corpo da vítima, levando-o para parte incerta, escondendo-o e impedido que fosse encontrado até hoje.

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