Região

“Temos que deixar de ser os coitadinhos”: Alerta o presidente da Associação Ibérica de Turismo do Interior

Notícias de Coimbra | 2 dias atrás em 04-06-2025

No último dia do Fórum Vê Portugal, Miguel Martins, presidente da Associação Ibérica de Turismo do Interior, deixou uma mensagem clara: é preciso agir mais e falar menos quando o assunto é o desenvolvimento turístico das regiões do interior.

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“A principal conclusão é o facto de vermos um fórum a nível nacional com todas as entidades envolvidas”, salientou o responsável.

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Num discurso direto, Miguel Martins criticou o isolamento institucional que ainda prevalece em muitas regiões: “Sai daqui uma mensagem para os senhores presidentes de câmara: é possível trabalharem em rede e não cada um dentro da sua quinta. Nós não somos concorrentes uns dos outros, somos complementos.”

O presidente da Associação Ibérica de Turismo do Interior sublinhou ainda que fora dos principais centros turísticos – Lisboa, Porto, Algarve e Madeira – “o que sobra para o resto do país é muito pouco”, defendendo que “todas as sinergias têm que ser criadas neste sentido”.

Embora o interior tenha estado em destaque durante o fórum, Miguel Martins considera que muitas vezes a valorização não passa do discurso: “A defesa do interior está sempre, mas não passa do discurso. Quando chegamos à prática, agora cada um vai para a sua casa e amanhã continuamos todos iguais.”

“Os problemas do interior têm que ser o próprio interior a resolver. Não é uma empresa de Lisboa nem do Porto que vai fazer animação turística no interior.”

Para mudar esse paradigma, defende que é necessário mais do que estruturas e planos no papel: “Devemos ser o país do mundo que mais estrutura produto. Mas mais do que estruturar, temos que perceber o que é necessário apostar. E apostar de forma contínua.”

Miguel Martins também apontou a importância de descentralizar a presença no próprio evento Vê Portugal: “Gostava de ver na próxima edição todos os polos do Turismo Centro representados aqui de forma física, com as equipas. Porque são essas pessoas que fazem o destino.”

E terminou com um apelo à mudança de mentalidade por parte das próprias regiões do interior: “Temos que deixar de ser os coitadinhos. Sabemos qual é o caminho, temos que o trilhar.”

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