Abandonado há cerca de três décadas, o edifício do antigo Teatro Sousa Bastos na Alta de Coimbra pode, finalmente, ganhar uma nova vida com a sua aquisição por dois proprietários.
O assunto será levado segunda-feira, 10 de março, à reunião do executivo municipal. Na informação, é dito que a Câmara Municipal de Coimbra e o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) são os novos proprietários em regime de copropriedade.
Com esta aquisição, fica assegurado a sua reabilitação com a construção de 32 fogos de habitação para arrendamento acessível e oferta de um espaço cultural.
PUBLICIDADE
Com esta aquisição inédita em copropriedade, o Município fica proprietário do rés do chão, onde está previsto um espaço cultural, e o IHRU com os cinco pisos superiores, reservados para habitação para arrendamento acessível.
A aquisição vai ser feita com fundos próprios da autarquia para o espaço cultural e recorrendo ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), no que à habitação diz respeito.
Depois de efetivada a aquisição, a autarquia vai proceder ao lançamento do concurso público de conceção e construção.
Recorde-se que este imóvel tem “características únicas no contexto do Centro histórico da cidade, na Alta de Coimbra, pela sua escala que o diferencia da malha urbana de morfologia medieval que caracteriza aquela área da cidade, assim como pela sua última função enquanto equipamento cultural, que o tornou parte importante e indissociável da memória coletiva da cidade dos séculos XIX e XX”.
“Esta aquisição é mais um marco que nos enche de satisfação e que reforça o nosso sentido de missão cumprida”, começa por referir o presidente da CM de Coimbra. “Entregamos à cidade a reabilitação de um dos seus edifícios mais emblemáticos, preservando a sua identidade cultural e, ao mesmo tempo, criando 32 novas habitações com renda acessível”, concluiu, em nota de imprensa, o presidente José Manuel Silva.
“Esta operação de aquisição e reabilitação do Teatro Sousa Bastos permite dar resposta a duas questões fulcrais – mais habitação, mais fogos a custos acessíveis e a recuperação do património histórico da cidade”, destaca a vereadora com o pelouro da Habitação. “É um orgulho para Coimbra que o Governo tenha abraçado também este projeto”, acrescenta a vereadora Ana Cortez Vaz.
De forma inédita, a aquisição, com o custo global de 600 mil euros, vai ser partilhada entre o IHRU e o Município de Coimbra de acordo com as seguintes permilagens correspondentes às partes do prédio dedicadas à futura construção de habitação (IHRU) e de serviços culturais (Município de Coimbra): 466.078,18 euros (IHRU) e 133.921,82 euros (Município de Coimbra).
Este processo foi fruto de uma estreita negociação entre a autarquia, a CIM Região de Coimbra e o IHRU, tendo já tido o aval do Governo, pelo que o Município espera que se possa lançar o concurso público de conceção e construção muito em breve.
A CM de Coimbra vai avançar, por agora, com a compra da sua parte da propriedade, mas o projeto de transformação do rés-do-chão em espaço cultural vai aguardar por financiamento ou comparticipação financeira, nomeadamente através do novo quatro comunitário, “cujos requisitos e elegibilidade se adequem à tipologia funcional a instalar neste espaço”, explica a informação técnica.
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE