Coimbra

Suspensão dos incentivos financeiros aos enfermeiros e secretários clínicos das USF nega as recomendações da troika?

Notícias de Coimbra | 10 anos atrás em 19-12-2013

O coordenador da Unidade de Saúde Familiar (USF) Serra da Lousã, João Rodrigues, disse hoje que a suspensão dos incentivos financeiros aos enfermeiros e secretários clínicos das USF modelo B “nega as recomendações” da ‘troika’ internacional.

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Em declarações à agência Lusa, João Rodrigues salientou que a decisão do Ministério da Saúde de suspender o pagamento daqueles incentivos “vem desmotivar o pessoal” quanto ao trabalho a realizar.

“As pessoas sentem-se defraudadas perante o que negociar, o que vai ter implicações enormes para o futuro”, acrescentou.

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Ex-presidente do Sindicato dos Médicos da Zona Centro, filiado na Federação Nacional dos Médicos (FNAM), João Rodrigues integrou a Missão para os Cuidados de Saúde Familiar que, na década passada, acompanhou a criação das USF, quando Correia de Campos era ministro da Saúde.

Desde a sua criação, há seis anos, a USF Serra da Lousã, reconhecida com acreditação internacional, tem-se mantido entre as primeiras classificadas pelo Ministério da Saúde, em termos de desempenho qualitativa e quantitativo.

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As USF de modelo B têm “um novo sistema retributivo para os profissionais”, com base em objetivos que são contratualizados anualmente com as administrações regionais de saúde, realçou hoje João Rodrigues.

O mesmo responsável disse que os resultados atingidos em 2012 “foram validados com atraso”, devendo os incentivos anuais aos enfermeiros e secretários clínicos ter sido pagos “o mais tardar” até maio.

Como tal não se verificou, estava previsto que esses pagamentos fossem efetuados em novembro, tendo o Ministério da Saúde anunciado a sua suspensão, com a justificação de que iria obter esclarecimentos junto do Ministério das Finanças, segundo o coordenador da USF Serra da Lousã.

Nas USF modelo B, os médicos recebem os incentivos todos os meses, enquanto os outros funcionários são “premiados” após cada avaliação anual.

“É uma coisa completamente surrealista”, criticou.

João Rodrigues calcula que cerca de 1.500 profissionais das USF do continente deveriam ter recebido, em novembro, os incentivos financeiros contratualizados pelo seu desempenho, na ordem dos quatro milhões de euros.

Os enfermeiros das USF que atingiram os objetivos têm direito a 3.700 euros cada um, cabendo 1.150 euros a cada secretário clínico.

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