Crimes

Suspeitos de tráfico de droga em silêncio no início do julgamento em Coimbra

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 10-12-2019

Os 18 arguidos suspeitos de pertencerem a um grupo que controlava o tráfico de ‘crack’ na Baixa de Coimbra optaram pelo silêncio no julgamento que começou hoje.

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Nenhum dos arguidos prestou declarações ao coletivo de juízes do Tribunal de Coimbra no arranque do julgamento, hoje de manhã, sendo que o alegado líder do grupo afirmou que poderá ainda falar durante uma das sessões, mas só após conversar com o seu advogado.

O grupo, considerado “altamente organizado”, com uma estrutura piramidal, dedicava-se, alegadamente, ao ‘crack’, com o Ministério Público a acreditar que os arguidos eram responsáveis “pela esmagadora maioria do tráfico” realizado na Baixa de Coimbra, estimando-se um lucro superior a 75 mil euros por mês.

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De acordo com a acusação a que a agência Lusa teve acesso, o grupo terá tido atividade “pelo menos entre outubro de 2017 e novembro de 2018”, e seria encabeçado por um indivíduo de 32 anos, de Coimbra, que “não tocava no estupefaciente”, organizando toda a atividade de longe e evitando “estar relacionado diretamente” com a mesma.

Durante a primeira sessão do julgamento, uma testemunha, que era irmã de um dos arguidos, recusou-se a prestar quaisquer declarações e outras duas apresentaram depoimentos contraditórios relativamente àquilo que tinham dito à PJ e ao Ministério Público.

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Um deles, quando questionado sobre se algum dos arguidos lhe tinha proposto vender droga, afirmou que não, referindo que tudo o que disse à PJ e ao Ministério Público não era verdade.

“Eles disseram-me que tinha que dizer quem era quem, que se eu dissesse que me iam ajudar a sair da prisão preventiva”, afirmou, respondendo à procuradora, a quem disse que, caso “queira avançar com [certidão para procedimento criminal por] falsas declarações, está no seu direito”.

A mesma testemunha referiu que no Departamento de Investigação e Ação Penal pediu para ter um advogado e “ninguém chamou um advogado”.

“Eu disse aquilo para safar a minha pele, mas hoje não minto”, vincou a testemunha, de origem ucraniana e a viver há sete anos em Portugal, referindo que não sabia o significado de algumas palavras que estavam no seu depoimento original.

Outra testemunha, um talhante de 48 anos, que era marido da irmã de um dos arguidos, também apresentou contradições relativamente às declarações prestadas na PJ.

Questionado pela procuradora se num determinado dia viu um homem à procura do cunhado na sua casa, a testemunha disse que não, o que motivou o Ministério Público a fazer um requerimento para ser extraída certidão por falsas declarações.

Os 18 arguidos são acusados de tráfico de droga agravado e associação criminosa.

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