Coimbra

Suspeito do ataque à produtora Porta dos Fundos expulso de organização de extrema-direita

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 31-12-2019

Suspeito do ataque à produtora Porta dos Fundos expulso de organização de extrema-direita

O homem identificado pela polícia brasileira como sendo um dos suspeitos do ataque contra a sede da produtora do grupo humorístico brasileiro Porta dos Fundos foi expulso da Frente Integralista Brasileira (FIB), foi hoje anunciado.

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“Após a eficiente apuração da polícia civil do Rio de Janeiro, fomos surpreendidos com a revelação que o senhor Eduardo Fauzi foi apontado como uns dos autores do ataque criminoso a um prédio no Rio de Janeiro”, começa por referir a organização em comunicado divulgado na sua página na internet.

A mesma nota dá conta de que “o Conselho Diretivo Nacional da FIB, em reunião extraordinária, decidiu em caráter irrevogável expulsá-lo das fileiras da FIB” e pede aos membros “que tiverem informações que possam ajudar na elucidação do caso que cooperem com as autoridades policiais”.

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Esta organização, que é um dos principais grupos nacionalistas e de extrema-direita do Brasil e que se define como defensora dos valores cristãos, a propriedade privada e a família, aproveitou também para se demarcar das suspeitas que recaem sobre Eduardo Fauzi.

“O lamentável episódio nos faz refletir a respeito da importância de um zelo maior e melhor formação dentre aqueles que entram no movimento”, alega a FIB.

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De acordo com a agência de notícias espanhola EFE, o empresário é filiado desde 2001 no Partido Social Liberal (PSL), a força política que o Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, chegou a liderar e pela qual foi eleito no final de 2018. Entretanto, há cerca de dois meses, Bolsonaro abandonou o PSL por divergências com outros dirigentes e anunciou a intenção de formar um novo partido.

A polícia do Rio de Janeiro identificou hoje um dos suspeitos do ataque contra a sede da produtora do grupo humorístico brasileiro Porta dos Fundos, tendo realizado uma operação de busca, mas o homem colocou-se em fuga.

As autoridades declararam que efetuaram, na manhã de hoje, buscas em dois endereços residenciais e dois comerciais ligados ao suspeito, que foi identificado como Eduardo Fauzi Richard Cerquise.

“Nós monitorizámos os veículos usados durante o ataque. O autor identificado saiu de um dos veículos durante a fuga e pegou um táxi. Foi expedido um mandado de prisão temporária de 30 dias contra ele, que, no decorrer das investigações, pode ser renovado”, detalhou a Polícia Civil na rede social Twitter.

No decorrer das buscas, os agentes apreenderam 119 mil reais (26 mil euros), munições, uma arma falsa, computadores e uma camisola de uma “entidade filosófica e política”.

De acordo com as autoridades, o homem identificado era o único dos cinco suspeitos que não usava capuz no momento do ataque, em 24 de dezembro.

Para identificá-lo, a polícia utilizou imagens de mais de 50 câmaras de segurança do local, segundo o portal de notícias G1.

“O Eduardo [suspeito identificado] tem um perfil violento, antagónico. Ele tem livros ligados à religião cristã e ao islamismo. Ele é empresário, de classe média alta”, disse o delegado da Polícia Marco Aurélio de Paula Ribeiro, citado pelo portal noticioso.

Na madrugada de 24 de dezembro, na véspera de Natal, a sede da Porta dos Fundos foi alvo de um atentado que não provocou vítimas.

Numa nota, a produtora condenou “todos os atos de violência” e afirmou esperar que “os responsáveis por este ataque sejam encontrados e punidos”.

Em 03 de dezembro, a produtora lançou um especial de Natal na plataforma Netflix, com o título “A primeira tentação de Cristo”, na qual Jesus é representado como um jovem que terá tido uma experiência homossexual e também insinua que o casal bíblico Maria e José viveram um triângulo amoroso com Deus.

A sátira, de 46 minutos, protagonizado pelos humoristas brasileiros Gregorio Duvivier e Fábio Porchat, não agradou a grupos religiosos, que criticaram a temática.

Foi também lançada uma petição contra o filme, com mais de dois milhões de assinaturas de pessoas que consideram que a obra “ofende gravemente os cristãos”.

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