Justiça

Suspeito de matar Manu compõe música para a namorada na cadeia: “Agi sem pensar”

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 7 horas atrás em 03-11-2025

Uma testemunha ouvida no âmbito da investigação à morte de Manuel Gonçalves, de 19 anos, descreveu à Polícia Judiciária de Braga os momentos dramáticos que antecederam o homicídio na madrugada de 12 de abril, em frente ao Bar Académico de Braga (BA).

A jovem, que se encontrava no carro a acompanhar uma amiga que se tinha sentido mal no interior do bar, disse ter visto Mateus Marley Machado — atualmente em prisão preventiva e acusado de homicídio — “surgir do seu lado direito já com a faca levantada para cima”, gritando: “já lhe tirei a faca e agora o que ele vai fazer? Ele não vai fazer nada”.

Segundo o depoimento, Marley correu em direção a Manuel, trocando a faca de mão algumas vezes, mas saiu do local pouco depois sem portar a arma. A testemunha acrescentou que o suspeito a terá visto no carro e, horas mais tarde, tentou contactá-la por telefone e mensagens, confirmando que a tinha identificado, segundo os elementos anexados ao processo.

PUBLICIDADE

A jovem descreveu ainda que a confusão começou por volta das 5:00, com o jovem vítima a ser agredido violentamente no chão. “Estava um rapaz no chão e cerca de quatro rapazes a bater-lhe com chutos e pontapés. Julgo que até lhe deram um pontapé na cabeça, porque houve um momento em que ele desmaiou”, relatou. Amigos retiraram Manuel para outro lado da rua, momento em que Marley surgiu e foi facilmente identificado pela testemunha devido à sua estatura.

O Ministério Público acusa Mateus Marley Machado de ter assassinado Manuel Gonçalves com três facadas — na axila direita, clavícula e braço esquerdo. No primeiro interrogatório judicial, Marley, de 27 anos e com antecedentes por crimes violentos, alegou que um amigo de Manuel possuía uma faca e que esta caiu durante a luta, afirmando que a pegou ao ver Manuel correr na sua direção, mas sem se recordar de o ter atingido, revela o Correio da Manhã.

Transcrições de conversas telefónicas entre o arguido e a namorada indicam que ambos pretendem sustentar a tese de “legítima defesa”. Numa conversa do dia 25 de abril, Marley comentou que a legítima defesa “dá uma pena de dez anos, no máximo” e chegou a cantar para a namorada uma música que compôs na cadeia, pedindo perdão pelas vezes que “agiu sem pensar”.

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE