Saúde

Solidão duplica na União Europeia devido à pandemia e Portugal tem 6.ª maior subida

Notícias de Coimbra com Lusa | 3 anos atrás em 26-07-2021

A solidão duplicou na União Europeia (UE) entre abril e julho de 2020, no início da pandemia de covid-19, sendo Portugal o sexto país europeu com maior subida, segundo um estudo da Comissão Europeia hoje divulgado.

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Os dados constam de um relatório do Centro Comum de Investigação (CCI), o serviço científico interno da Comissão Europeia, sobre solidão e isolamento social nos Estados-membros, que indica que “um em cada quatro cidadãos da UE relatou sentir-se sozinho durante os primeiros meses da pandemia”, anunciou a instituição.

Tendo por base inquéritos realizados entre abril do ano passado e março deste ano pela Fundação Europeia para a Melhoria das Condições de Vida e de Trabalho, num total de mais de 180 mil pessoas com mais de 18 anos ouvidas, o executivo comunitário conclui que “os sentimentos de solidão duplicaram em todos os grupos etários nos primeiros meses da pandemia”.

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Além disso, “houve um quadruplicar da solidão entre os jovens entre os 18-35 anos, em comparação com 2016”, acrescenta a Comissão Europeia na informação à imprensa.

Ao mesmo tempo, “a cobertura mediática em toda a UE sobre o fenómeno da solidão também duplicou durante a pandemia, com a consciência da questão a variar amplamente entre os Estados-membros”, principalmente em países como Itália, Espanha, Portugal, França, Alemanha e Suécia.

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No relatório, consultado pela Lusa, o CCI da Comissão Europeia observa que “a solidão aumentou mais de 15 pontos percentuais na Bulgária, Estónia, França, Alemanha, Polónia, Portugal e Suécia”.

Em concreto, a percentagem de inquiridos em Portugal que disseram sentir-se sozinhos mais de metade do tempo nas duas semanas anteriores à entrevista passou de 6,6% em 2016 (níveis pré-pandémicos) para 21,9% em 2020 (durante a pandemia).

Com uma diferença de 15,3 pontos percentuais, Portugal foi o sexto país da UE com maior subida, só atrás da Suécia (19,5%), França (17,8%), Polónia (16,5%), Bulgária (15,8%) e Alemanha (15,7%).

“Em contraste, a Bélgica, Croácia, República Checa, Grécia, Hungria, Roménia e Espanha registaram um aumento da solidão inferior a 10 pontos percentuais durante o mesmo período de tempo”, adianta o CCI da Comissão Europeia no documento.

Em comunicado, a vice-presidente do executivo comunitário para a Democracia e Demografia, Dubravka Šuica, aponta que a covid-19 “trouxe problemas como a solidão e o isolamento social para o primeiro plano”.

“Estes sentimentos já existiam, mas havia menos consciência pública. Com este novo relatório, podemos começar a compreender e a enfrentar melhor estes problemas”, indica a responsável pela tutela.

Sendo os jovens uma das populações mais afetadas, a comissária europeia para a Juventude, Mariya Gabriel, classifica este num “desafio que está a afetar cada vez mais” esta população.

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