Política

Sócrates afirma que investigação a Ivo Rosa provoca-lhe “esgar de repugnância”

Notícias de Coimbra | 3 horas atrás em 02-10-2025

Imagem: Lusa

O antigo primeiro-ministro José Sócrates afirmou hoje que a notícia de que o juiz Ivo Rosa estará a ser investigado no âmbito de um processo-crime que resultou de uma denúncia anónima lhe provoca um “esgar de repugnância”.

“A notícia de que o juiz Ivo Rosa foi investigado, vigiado e a sua vida devassada durante três anos, provoca-me um esgar de repugnância”, escreveu José Sócrates, numa mensagem que enviou à agência Lusa.

Segundo a CNN/TVI, em causa está um processo-crime contra o juiz Ivo Rosa quando exercia funções de juiz de instrução no Tribunal de Instrução Criminal e que terá tido como base uma denúncia anónima recebida pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) e pela Polícia Judiciária (PJ).

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Nesta investigação, o Ministério Público terá acedido a faturação do então juiz de instrução, à localização do telemóvel e a contas bancárias.

Na sua mensagem, o antigo secretário-geral do PS refere-se depois à Operação Marquês, processo em que está a ser julgado.

“Antes foi a vigarize da escolha do juiz, a detenção no aeroporto e a campanha de difamação organizada pelo Estado. Depois veio o lapso de escrita, a mudança de acusação e o inacreditável grupo de trabalho que, neste momento, exerce uma tutela administrativa sobre um processo penal em concreto. Mais recentemente, em violação do que há de mais básico na dignidade humana, o tribunal insiste em julgar um cidadão demente que não está em condições de se defender”, acrescenta, aqui numa alusão ao banqueiro Ricardo Salgado.

Na decisão instrutória da Operação Marquês, o juiz Ivo Rosa decidiu levar José Sócrates a julgamento por três crimes de branqueamento e três de falsificação de documento, mas o antigo primeiro-ministro foi despronunciado de 25 crimes.

Hoje, também em relação à notícia da TVI/CNN, o Manifesto dos 50 pediu esclarecimentos do Ministério Público sobre um alegado inquérito ao juiz Ivo Rosa que terá tido como base uma denúncia anónima e envolvido acesso a contas bancárias, classificando-o como de “extrema gravidade”.

Em comunicado enviado às redações, este movimento cívico criado em maio de 2024 falou em “tentativa de perseguição penal” e disse ser “indispensável um esclarecimento do Ministério Público sobre os factos noticiados e os critérios aplicados para a abertura das investigações em causa”.

O Manifesto dos 50, que integra figuras como os ex-presidentes da Assembleia da República Augusto Santos Silva e Eduardo Ferro Rodrigues, defende que o Presidente da República e o presidente da Comissão de Assuntos Constitucionais devem exigir esclarecimentos à Procuradoria-Geral da República.

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