Coimbra
SIRESP salva comunicações de emergência após apagão da Vodafone no distrito de Coimbra (com vídeo)

As comunicações de emergência no distrito de Coimbra, devido ao ataque informático que afeta desde segunda-feira a operadora Vodafone, estão a ser asseguradas pelo SIRESP – Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal. A alternativa, gerida pelo Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS), colmatou o colapso da operadora de comunicações e tem estado a garantir a ligação entre o INEM e os corpos de bombeiros.
“Chegou-nos o alerta via comando nacional, a solicitar que todos os comandos distritais fizessem a interligação entre o INEM e os corpos de bombeiros, através do SIRESP, o que está a acontecer desde as 23:00 de segunda-feira”, disse ao Notícias de Coimbra Carlos Luís Tavares, comandante do CDOS Coimbra.
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O INEM, que utiliza a rede Vodafone para a maioria dos contatos, recorreu ao SIRESP e a outras redes de comunicações em todo o país, desde o apagão da operadora. “O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) deixou de conseguir fazer o acionamento de meios através da rede Vodafone”, referiu o responsável, explicando que a “rede SIRESP não se esgota” e “poderá ser usada enquanto for necessário”.
Carlos Luís Tavares sublinhou ao NDC que a rede permite acionar três canais em simultâneo. “Neste momento, temos o Coimbra 1 através do qual o CODU [INEM] está a fazer os acionamentos para os corpos de bombeiros e o Coimbra 2 que está a receber a passagem dos dados dos corpos dos bombeiros para o INEM” e o “CDOS serve de sustentação para que estas entidades possam falar”, descreveu.
Considerando que a rede de comunicações SIRESP “tem um potencial enorme” ao permitir o contacto de diferentes entidades e ao suportar, em caso de colapso, as redes móveis e fixas para casos de emergência, o comandante garante que “o socorro no distrito e no país foi assegurado por esta via”.
Sem esta rede, afirma o responsável, o socorro “seria quase impossível” e levaria a uma maior perda de tempo. “O SIRESP tem esta valência de conseguir interligar os diferentes agentes de proteção civil”, refere, explicando que são feitos “testes de comunicações diários, com a GNR, PSP e bombeiros” de modo a garantir “um canal que nos permite falar entre todos em caso de necessidade”.
Carlos Luís Tavares acrescentou ainda que em Coimbra não houve atrasos na resposta de emergência e que “na maioria dos distritos [o recurso ao SIRESP] está a funcionar muito bem”, com tudo a “fluir normalmente”.
Também o INEM esclareceu oficialmente, esta terça-feira, que apesar das falhas na rede Vodafone não se verificou qualquer “situação anómala” na prestação do socorro. Foi de “imediato” ativado o plano de contingência, privilegiando o acionamento através da rede SIRESP, que permitiu assegurar a “100%” todas as chamadas para o 112.
Em conferência de imprensa, o presidente executivo da Vodafone Portugal, Mário Vaz, tinha admitido que serviços essenciais que dependem da rede da Vodafone Portugal, como o INEM e alguns bombeiros foram afetados, mas que já foi recuperado o acesso a serviço voz e dados 3G.
A Vodafone assumiu que foi alvo de um ciberataque na segunda-feira, mas não tem indícios de que os dados de clientes tenham sido acedidos e/ou comprometidos, estando determinada em repor a normalidade dos serviços.
Veja o vídeo do Direto NDC com Carlos Luís Tavares:
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