Os sindicatos da PSP voltaram hoje a sair desiludidos de uma reunião no Ministério da Administração Interna (MAI) depois de ter sido proposta uma atualização de 2,15% em todos os suplementos em 2026.
Os sindicatos da Polícia de Segurança Pública receberam a garantia do MAI que todos os suplementos – turno, piquete, comando, residência e serviço especial – atribuídos de acordo com a função que o polícia desempenha vão ser revistos, mas até que esta alteração aconteça serão atualizados no próximo ano em 2,15%, tal como vai acontecer em toda a função pública.
Em declarações à Lusa, o presidente do Sindicato Nacional dos Oficiais de Polícia (SNOP) classificou como “inacreditável” o aumento proposto, relembrando que os suplementos não são revistos na PSP há quase 20 anos.
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“Isto é aflitivo. Esta atualização significa um gasto total de 890 mil euros na PSP”, disse Bruno Pereira.
Também o presidente do Sindicato Nacional da Polícia (Sinapol), Armando Ferreira, discordou da atualização, considerando tratar-se de tostões, uma vez que significa um aumento de cerca de quatro euros para cada polícia.
O Sinapol, que já pediu a demissão da ministra da Administração Interna, continua a considerar que Maria Lúcia Amaral “não respeita os sindicatos” e mantém essa exigência.
Na reunião, o MAI apresentou ainda uma nova proposta sobre os serviços remunerados, passando as duas tabelas, a geral (tabela A) e a destinada às competições desportivas de natureza não profissional (tabela B), a ter um aumento de 15%.
Os sindicatos da PSP não concordam, tendo Armando Ferreira sublinhado que a proposta “favorece os grandes grupos económicos e o próprio Governo”.
O presidente do Sinapol defendeu uma única tabela e um aumento de 63% do valor hora pago pelo serviço a entidades públicas e privadas fora do horário de trabalho dos polícias, bem como uma regulação destes serviços.
Também o presidente do Sindicato Independente dos Agentes de Polícia (SIAP), Carlos Torres, disse à Lusa que deve passar a existir uma tabela única e “regras sobre a prestação dos serviços remunerados”, nomeadamente períodos mínimos de descanso.
Carlos Torres defendeu um aumento de 20% à hora e adiantou que o MAI ficou agora de analisar as propostas apresentadas pelos sindicatos.
Por sua vez, o presidente do SNOP considerou que rever os serviços remunerados “não é prioridade”, sendo “uma questão menor”.
“O Governo tem as prioridades invertidas”, disse.
A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP), o maior sindicato da PSP, abandonou as negociações na última reunião, acusando o Governo de não estar a cumprir o acordo celebrado em julho de 2024.
A próxima reunião de negociação está marcada para janeiro, sem data concreta, e deverá estar em discussão a higiene e saúde no trabalho.
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