Educação

Sindicato critica escolas por marcarem reuniões presenciais de professores

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 anos atrás em 19-01-2022

O Sindicado de Todos os Professores (STOP) criticou hoje as escolas que estão a marcar reuniões de trabalho presenciais, defendendo que a tutela deveria definir que esses encontros fossem ‘online’ durante os períodos mais críticos da pandemia.

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“Temos recebido queixas de professores sobre o que nós entendemos serem comportamentos irresponsáveis de várias escolas que colocam em risco a saúde pública, como é o caso de agendar reuniões presenciais, numa altura em que há, diariamente, milhares de novos casos de infeção de covid-19”, disse à Lusa o líder do STOP.

Segundo André Pestana, “no agrupamento de escolas de Cascais estão previstas reuniões de avaliação presenciais para o início de fevereiro”: “Parece-nos de uma enorme irresponsabilidade. Claro que nós também queremos que a pandemia passe, mas os especialistas têm dito que a situação só deverá estar mais calma lá para a primavera. Há até quem defenda que o pico será nos próximos dias”.

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O líder do STOP fala em “total irresponsabilidade por parte das escolas, que é quem tem a autonomia para definir como se realizam as reuniões; mas também do Ministério da Educação [ME), que não deveria permitir que fosse cada escola a decidir”.

Para André Pestana, “sendo uma questão de saúde pública, o ME deveria enviar para todas as escolas a indicação de que não pode haver reuniões presenciais, em vez de deixar ao bel-prazer de cada diretor”.

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A Lusa questionou o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), que sublinhou que as “reuniões presenciais não estão proibidas”, defendendo que deve caber a cada escola definir a melhor solução tendo em conta a comunidade educativa.

“A taxa de incidência da covid-19 varia bastante de concelho para concelho. E a decisão das reuniões deve continuar a fazer parte da autonomia das escolas”, afirmou Filinto Lima, lembrando que as escolas estão em permanente contacto com as autoridades de saúde locais, a quem podem questionar sobre qual a melhor opção tendo em conta a situação pandémica.

“Não existe uma resposta certa para todas as escolas, depende da situação. Numa zona onde há muitos casos e infeção, é melhor não realizar reuniões presenciais. Mas se esse não for o caso, podem-se fazer”, explicou.

Filinto Lima acredita mesmo que a pandemia vai mudar a forma de realizar algumas das reuniões escolares: “No futuro, algumas reuniões que fazemos nas escolas poderão ser à distância”, disse, dando como exemplos as reuniões de departamento ou de grupos de disciplina.

À Lusa, o STOP recordou que tem denunciado situações semelhantes de reuniões presenciais desde o passado ano letivo: “Nós vamos fazendo denuncias e pressionando para que as direções escolares mudem e temos conseguido que centenas reuniões presenciais passassem para ‘online’”.

Os casos de infeção têm disparado nos últimos tempos, tendo levado o Governo a adiar por uma semana o recomeço das aulas após as férias do Natal. Nas últimas 24 horas registaram-se 52.459 novos casos de pessoas infetadas com o virus que provoca a covid-19.

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