Economia

Setor do pescado na Noruega aposta na sustentabilidade e receia alterações climáticas

Notícias de Coimbra com Lusa | 1 ano atrás em 30-11-2023

A sustentabilidade e o respeito pela natureza são marcas distintivas do universo do pescado na Noruega e as alterações climáticas preocupam os seus responsáveis, que querem impedir ataques ao ecossistema.

“Os barcos de pesca com os quais operamos têm grande preocupação com a natureza e procuramos sempre o uso de material reciclado e tentamos eliminar o plástico neste circuito”, disse Rita Karlsen, da Br. Karlsen, grupo instalado em Husoy, norte do país, e parceiro da Lugrade na Noruega na importação de bacalhau.

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De acordo com esta administradora, há a perceção de que o bacalhau está a procurar águas mais a norte, movimento que pode estar relacionado com mudanças no clima.

“O que sentimos é que há mais tempestades, mais dias em que sair para o mar é mais complicado. Mas a rota do peixe também tem sofrido alterações. Neste momento, o peixe é mais pequeno, mas isso deve-se à renovação da geração”, explicou aquela responsável.

Christian Chramer, CEO da NSC – Norwegian Seafood Council, estrutura estatal que gere a comunicação da indústria do pescado na Noruega, também explicou que o setor olha com preocupação para as alterações climáticas e que por isso há um controlo grande em todo o processo.

“Há um orgulho muito grande em toda a gente que trabalha nesta indústria. Todos têm essa preocupação. E, por exemplo, nós tentamos que todo o peixe que sai da água seja aproveitado para a alimentação. Além disso, para o ano, a quota de pesca vai reduzir 20%”.

Jimmy Tollefsen, proprietário de dois barcos que abastecem a Br. Karlsen, disse à agência Lusa que sente os desafios das alterações climáticas e que o bacalhau, nomeadamente, está a afastar-se para águas mais a norte, ainda mais frias.

“É uma grande preocupação”, admitiu, assinalando que os pescadores que para si trabalham e que ganham aproximadamente 100 mil euros por ano também têm essa preocupação e perceção.

Stale Pettersen, que também abastece a Karlsen de peixe, admitiu à Lusa as mesmas preocupações: “As alterações climáticas provocam movimentos diferentes ao peixe. Isso é uma evidência”.

“Tudo estamos a fazer para manter a natureza no seu estado. A nossa frota, em 20 anos, por exemplo, nunca perdeu uma rede no mar”, disse aquele empresário, que apelou à proteção do ambiente.

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