Saúde

Sestas longas podem aumentar o risco de obesidade

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 54 minutos atrás em 15-07-2025

Dormir a sesta pode ser um hábito relaxante e até benéfico para a saúde, mas a duração deste descanso diurno pode fazer toda a diferença, segundo um estudo publicado recentemente na revista científica Obesity.

A investigação, conduzida por uma equipa de cientistas espanhóis da Universidade de Múrcia, analisou os hábitos de mais de 3.000 participantes da região de Múrcia, em Espanha. O objetivo foi perceber como o tempo — e até o local — da sesta influencia a saúde metabólica, incluindo o risco de obesidade.

Os resultados revelam que pessoas que dormem sestas longas, com mais de 30 minutos, apresentam um índice de massa corporal (IMC) em média 2% superior aos que não têm esse hábito. Além disso, o risco de obesidade é 23% maior, e o de desenvolver síndrome metabólica — um conjunto de condições que aumentam a probabilidade de doenças cardiovasculares — é 40% mais elevado.

PUBLICIDADE

Por outro lado, os participantes que faziam sestas curtas, inferiores a 30 minutos, mostraram um risco 21% menor de sofrer de hipertensão arterial, sugerindo que este tipo de descanso breve pode, de facto, ser benéfico.

“Sestas longas estão associadas a um aumento do índice de massa corporal, da síndrome metabólica, dos triglicéridos, da glicose e da pressão arterial”, explica Marta Garaulet, professora de Fisiologia e autora principal do estudo. “Em contrapartida, quando a sesta é curta, vemos que está associada a uma diminuição da probabilidade de ter pressão arterial elevada, pelo que, de certa forma, a sesta se torna protetora”.

Os investigadores sublinham, no entanto, que o estudo estabelece associações e não causalidade. Ou seja, não é possível afirmar com certeza se dormir sestas longas leva à obesidade ou se pessoas com excesso de peso tendem a dormir mais durante o dia.

Ainda assim, a duração das sestas deverá ser considerada um fator relevante a ter em conta na promoção da saúde metabólica. A mensagem parece clara: dormir sim, mas com moderação.

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE