À meia-noite, o tempo parou em Coimbra. Após o toque das doze badaladas, um silêncio tomou conta do Largo.
Milhares de estudantes, de capa traçada e coração apertado, assistem ao fado de Coimbra que voltou a ecoar pelas pedras antigas da cidade. Começou, assim, a Serenata e com ela, abriu-se oficialmente mais uma Queima das Fitas.
Foi ao som das guitarras académicas, que rasgaram a noite de 22 para 23 de maio, que o ritual da despedida ganhou corpo. Este ano, os grupos Última Luz e Os Inquietação têm a honra de interpretar, pela primeira vez, as suas baladas de adeus. Um momento carregado de simbolismo, emoção e orgulho académico.
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O regresso da Serenata ao coração histórico de Coimbra acontece com regras apertadas. O acesso ao recinto foi restrito a 2.000 estudantes, todos identificados por pulseiras oficiais distribuídas previamente nos jardins da AAC. As entradas decorreram entre as 21:00 e as 23:00.
Para quem não conseguiu lugar junto à Sé Velha, foi instalado um ecrã gigante na Porta Férrea, permitindo assim acompanhar a cerimónia e participar no “traçar da capa”, gesto carregado de emoção que marca o fim do percurso académico.
A última Serenata oficial na Sé Velha tinha acontecido em 2018. Após várias mudanças de local e uma tentativa informal no ano anterior, o evento regressa agora com o aval das entidades responsáveis e com um reforço de segurança robusto, que envolveu cerca de 40 elementos privados, além da presença da PSP e um plano de emergência articulado.
Com a primeira noite da Queima a desenrolar-se entre notas de fado e lágrimas de finalistas, Coimbra provou mais uma vez que é cidade de memória e saudade.
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