Saúde

Será que o café pode ajudar a prevenir a Parkinson?

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 5 meses atrás em 28-11-2023

A cafeína é um estimulante natural do sistema nervoso central e proporciona o aumento temporário de energia e alerta, mas os seus benefícios podem ir além da estimulação energética.

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De acordo com o neurocirurgião funcional, especialista em Parkinson, Bruno Burjaili, a ingestão de cafeína “ajuda a reduzir o risco da doença de Parkinson”. A conclusão é o resultado da comparação entre indivíduos que consumiam cafeína e indivíduos com propensão genética à doença.

O estudo publicado na revista científica The Lancet – Regional Health mostra a relação entre cafeína e Parkinson onde se revela “promissora e novos estudos podem ajudar a entender quais as quantidades que funcionam melhor”.

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“Já é estabelecido na ciência médica que a cafeína pode reduzir o risco de que alguém desenvolva a doença de Parkinson. E eventualmente reduzir o impacto da sua progressão em quem já tem a doença”, assinala. Este estudo “mostrou que para quem não tem uma determinada mutação genética e toma cafeína o risco pode chegar a ser 8 vezes menor do que em algumas pessoas que têm essa variação genética e não consomem cafeína”, pode ler-se na Impala.

Deste modo, “podemos reforçar a sugestão na nossa prática clínica de que as pessoas que não tenham contraindicação consumam cafeína regularmente, particularmente aquelas com familiares próximos que têm a doença de Parkinson”, sugere. “Também seria interessante que estudos futuros tentassem quantificar melhor o risco, de acordo com a dose e com a quantidade de cafeína consumida, para que as orientações aos nossos pacientes sejam ainda mais precisas”, defende Bruno Burjaili.

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Alguns genes específicos, e mutações nestes genes, estão “fortemente associados ao desenvolvimento de Parkinson, como o LRRK2, que também foi analisado no estudo em comparação com o risco de indivíduos que consomem cafeína regularmente”, descreve.

“Um aspeto muito interessante é que quem consumiu cafeína regularmente, mesmo tendo uma variação do gene relacionada com a doença, apresentou menor risco de desenvolvê-la do que quem não consumiu cafeína sem ter essa variação”, diz. “Isto sugere, ainda que de modo superficial, que o consumo da substância seria mais protetor do que não ter a genética”, afirma.

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